Presidente chileno Gabriel Boric, chamado de 'sequioso' por Lula, diz que tem 'respeito infinito' por presidente brasileiro
Enquanto Lula tenta manter postura de neutralidade sobre o conflito, Gabriel conden 'violação' russa
Gabriel Boric, presidente do Chile, demonstrou que não quer estender possível atrito com o presidente Lula (PT). Após ser chamado de "apressado" e "sequioso" pelo brasileiro durante uma entrevista coletiva realizada em Bruxelas, após reunião CELAC-União Europeia, Boric afirmou ter "respeito infinito" e "muito carinho" pelo petista. No entanto, voltou a condenar a invasão russa à Ucrânia, pauta que causou discordâncias entre os líderes.
"Eu tenho um respeito infinito e muito carinho por Lula. Mas se me perguntam: 'você quer que a guerra acabe?'. Sim, eu quero que acabe a guerra, e creio que temos que ser muito claros em dizer que estamos em uma guerra de agressão inaceitável", disse Boric, após perguntas de jornalistas sobre a fala do brasileiro.
Mais cedo, Lula foi questionado sobre o posicionamento do chileno a respeito da guerra na Ucrânia. O presidente brasileiro tem tentado manter uma postura de neutralidade sobre o conflito, ao contrário de Gabriel, que vem condenando reiteradamente a agressão russa.
"Eu não tenho porque concordar com o Boric, é uma opinião dele. Foi extraordinária a reunião. Provavelmente a falta de costume de participar dessas reuniões faz com que um jovem seja mais sequioso, mais apressado, mas as coisas acontecem assim", afirmou ele.
Boric, ao ser perguntado sobre as declarações de Lula e a suposta falta de experiência política, disse não se sentir ofendido.
"Não me sinto ofendido. Sinto-me muito tranquilo. Tive a oportunidade de conversar com ele [Lula] e tenho a melhor impressão. Creio que somos da mesma família política. Hoje em dia podemos ter matizes quanto a isso, mas a posição do Chile é uma posição de princípios.
De acordo com o presidente chileno, a posição do país é de defesa do direito internacional, ao apontar que a Rússia violou a soberania territorial da Ucrânia, quando invadiu o país em fevereiro de 2022.
"O importante é que sejamos capazes de defender o direito internacional a qualquer custo, porque quando um país agride outro, não podemos esquecer que no dia de amanhã podemos ser nós. Nenhuma potência pode passar por cima do direito internacional, violando seu direito territorial", disse.