O filme Estrada para Ythaca não chega a ser um longa. Com pouco mais de uma hora de projeção, a obra tem ritmo lento, poucos diálogos e tomadas quase intermináveis, que mostram quatro amigos numa viagem que parece não ter fim, por uma estrada praticamente deserta. Na verdade, um filme que tem tudo para ser extremamente chato, e é.
Em relação à história, chega a ser difícil entender o espírito da coisa. No começo, até parece que veremos algo interessante, com quatro amigos bebendo num pé-sujo, cantando clássicos da boemia e, aparentemente, relaxando das mazelas da vida. Diante da dificuldade de se compreender o real motivo da reunião, a sinopse do filme dá uma ajuda: eles bebiam pela morte de um amigo. Ah, sim. No início, realmente, aparece a imagem de um homem, com os créditos o dando como morto. Ok.
Após a noite de bebedeira, um deles decide ir até Ythaca, segundo a sinopse, a cidade natal do falecido. Aí começa o martírio. Deles e do espectador. Na verdade, o homem queria ir sozinho, mas é impedido pelos outros três, que pegam o carro e seguem estrada a fora.
A viagem é monótona que só. Cenas intermináveis dos quatro dentro do carro, dos quatro fora do carro, dos quatro dormindo, dos quatro fazendo fogueira. E Ythaca não chega nunca. Diálogos praticamente inexistem, e o momento de maior tensão durante a viagem talvez seja quando fura o pneu do carro.
Para quem decidir encarar a projeção, vale dizer que, sim, eles chegam a Ythaca.
A fotografia tem lá seus bons momentos, mas não o suficiente para fazer de Estrada para Ythaca algo que mereça alguma estrela.
Se a intenção dos diretores é experimentar uma nova linguagem, podemos dizer que devem continuar tentando. Afinal de contas, a própria vida é feita de erros e acertos, e Estrada para Ythaca, certamente, não é um caminho para o sucesso.