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Retirada de fortaleza é "movimento tático", afirma Kadafi

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O ditador da Líbia, Muamar Kadafi afirmou a uma rádio local, nesta terça-feira (23), que sua retirada da fortaleza em Trípoli foi "um movimento tático". O líder prometeu "morte ou vitória" frente ao que qualificou ser uma "agressão" das tropas ocidentais ao país. As declarações de Kadafi foram transmitidas, também, pela TV Al-Orouba. 

Kadafi acusou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de ser autora de 64 bombardeios direcionados a seu complexo. Apesar de não ter confirmado os ataques, a Otan não negou ter sobrevoado a fortaleza durante os conflitos. 

Ainda nesta terça-feira, os rebeldes tomaram o controle do quartel-general do ditador, mas seguem sem saber seu paradeiro. Já dentro do quartel, os rebeldes se apoderaram de várias armas, como fuzis, metralhadoras e pistolas, e munições.

Imagens divulgadas pela rede Al-Jazeera mostraram um jovem rebelde pendurado em uma escultura que representa um punho esmagando um avião (símbolo dos ataques aéreos americanos contra o recinto em 1986) para tentar destruí-lo.

Ao anoitecer desta terça-feira, os rebeldes ainda não sabiam o paradeiro de Kadhafi, mas horas antes, um de seus filhos, Seif al-Islam, veio a público afirmar que seu pai ainda estava na capital líbia.

"Nós não abandonaremos a Líbia, lutaremos até o último homem, até a última mulher e até a última bala", voltou a afirmar Seif ao denunciar uma conspiração vinda do exterior.

Segundo o comandante dos rebeldes, o coronel Ahmed Omar Bani, ninguém sabe onde Kadhafi nem seus filhos estão, mas foi categórico em afirmar que os rebeldes venceram a batalha.

Número de mortos chega a 400

Segundo o relato, era possível visualizar vários corpos dentro do complexo do líder líbio, a maioria deles de soldados leais a Kadhafi, além de muitos feridos.

Os combates dos últimos três dias entre tropas rebeldes e forças leais ao coronel Muammar Khadafi deixaram mais de 400 mortos e 2 mil feridos em Trípoli, revelou nesta terça-feira o presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT), Moustapha Abdeljalil.

"Segundo as primeiras informações, o número de mortos durante a tomada de Trípoli, que durou três dias, é superior a 400, além de 2 mil feridos", disse Abdeljalil à TV France24, precisando que a luta prosseguirá até a prisão de Muammar Kadhafi.

Entenda o conflito

Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmicaintervenção internacional, atualmente liderada pelaOtan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de julho, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Com a AFP