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Conheça Kadafi, o homem que comanda a Líbia há 40 anos

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Enquanto o governo líbio insistia em afirmar que se mantinha firme e que não cedería à pressão da oposição e da Otan, a praça verde, em Trípoli - capital do país -, era tomada por pessoas que comemoravam o fim iminente do regime de mais de 40 anos de Muammar Kadafi, que considera ter o governo mais longo do mundo.

Kadafi nasceu na cidade de Sirte em 1942. Durante o tempo que fez carreira no exército - ele é oficialmente um coronel - aproveitou para fazer aliados e, com eles, tomar o poder do país em 1º de setembro de 1969, em um golpe de Estado que deu fim ao reinado de Idris Senussi.

Em 1970 nacionalizou empresas petrolíferas e os sistema bancário. Kadafi chegou a ser chamado de "Che Guerra Árabe" por seus ideais políticos. Em meio aos conflitos que podem lhe tirar o poder, ele afirma que os opositores são um "pequeno grupo que responde ao imperialismo".

No início do governo, se aproximou da França. Mas não demorou muito para se alinhar com a extinta União Soviética. Nas quatro décadas de poder, conseguiu sobreviver a várias tentativas de golpes de Estado.

Em 1992 recebeu sanções do Conselho de Segurança da ONU por manter laços com terroristas. A decisão foi tomada logo após Kadafi se negar a entregar dois suspeitos de um atentado contra um avião da Pan Am que sobrevoava Lockerbie (Escócia) em 1988, quando 270 pessoas morreram.

Em 1999, após mediação de Nelson Mandela, Kadafi entregou os suspeitos em meio às comemorações de 30 anos de governo. Ainda em 1999, ele se esforçava a abrir seus mercados após sete anos de isolamento.

Os Estados Unidos tentaram se aproximar da Líbia diversas vezes. Em 2003, por exemplo, o governo americano iniciou uma aproximação após anúncio de Kadafi de renúncia a armamentos de destruição de massa. As negociações levaram à troca de embaixadores em 2008.

Por outro lado, em 1986, durante a administração de Ronald Reagan, os americanos bombardearam Trípoli. Uma menina, que Kadafi dizia ser sua filha, morreu no ataque, mas depois se descobriu que ele a adotou após a morte.

Neste ano, o filho mais velho do coronel - Saif al Arab Kadafi - e três netos morreram em um ataque da Otan, mas o líder sobreviveu.

Enquanto as tropas rebeldes dominam os bairros de Trípoli, Kadafi estaria em Bab al-Aziziya, uma fortaleza do exército, de onde convoca o povo e as tribos do interior do país a tomarem as ruas e expulsarem os opositores. Não se sabe qual é o futuro de Kadafi, mas o conselho de transição, ligado aos invasores, já garantiu sua segurança, desde que o coronel, após mais de 40 anos, deixe o poder - e a Líbia.