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Chile comovido com assassinato de três pessoas no metrô de Santiago

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O Chile ainda está sob o impacto pela morte de três pessoas quando um ex-funcionário da Polícia disparou nove vezes dentro de um vagão no metrô de Santiago e se suicidou após o incidente.

Israel Huerta Céspedes, funcionário de limpeza da Polícia de Investigações (PDI) até 1994, sacou uma pistola 9 mm e atirou a esmo em um dos vagões do carro da linha 5 do metrô que chegava a uma estação localizada na comuna de Maipú, no sul de Santiago.

"Não temos uma motivação. A ação foi muito pouco compreensível, simplesmente uma pessoa que está tranquila, observando, e de repente sem motivo algum saca a arma e começa a disparar", declarou à imprensa Gonzalo Gerrero, promotor encarregado do caso.

Uma das testemunhas, Juan Pablo Herrera, explicou os fatos à imprensa local: "Efetuou pelo menos nove disparos e feriu alguns no peito e outros na clavícula. Eu tentei proteger minha noiva e ajudar um dos feridos. Ele me pedia para não deixá-lo sozinho".

Depois que o vagão chegou à estação do metrô, as pessoas que estavam em seu interior saíram apavoradas, "em meio à histeria", enquanto Huerta deixou o local "em total tranquilidade", afirmou o comandante dos bombeiros, Ramiro Becerra, um dos primeiros a chegar ao lugar.

A tragédia terminou com dois homens mortos e quatro feridos com diferentes níveis de gravidade que estão sendo atendidos em hospitais de Santiago.

Após efetuar os disparos, Huerta foi para uma praça onde se matou com um tiro na cabeça.

Israel Huerta, de 46 anos, havia trabalhado durante seis na PDI, e depois foi empregado de um colégio de Santiago. No entanto, estava desempregado havia um mês, o que o levou a vender produtos usados em feiras de rua.

Seus familiares o apresentaram como um homem tranquilo, de poucas palavras e que nunca teve problemas com a polícia.

"Meu irmão era uma pessoa tranquila, e lamento que o tratem como um delinquente. Não entendo o que se passou na cabeça dele. Atirou em pessoas que não conhecia e não sei por quê, se somos pessoas tranquilas e não reagimos assim", disse à imprensa local Juan Huerta, irmão mais velhos.

Além do desemprego, Israel Huerta ainda havia sofrido o impacto do recente falecimento de sua mãe.

"Sempre estava com sua mãe. Era muito ligado a ela. Sua mãe morreu e isso o afetou muito, ele ficou deprimido", disse à AFP, Omar Villarroel, um dos amigos de Huerta.

Esse foi o primeiro incidente deste tipo nos 45 anos de funcionamento do metrô de Santiago.

"Estamos consternados, os fatos que vimos e conhecemos não têm precedentes, não só em Maipú, mas no Chile. Isto é algo que muitas vezes víamos em outros países", afirmou o prefeito de Maipú, Alberto Undurraga.