ASSINE
search button

'Fox News': vice-presidente do Egito sobrevive a atentado

Compartilhar

CAIRO - A rede de TV americana Fox News informou neste sábado que o vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, sobreviveu a uma tentativa de assassinato. Segundo relato de fontes ouvidas pela emissora, o ataque ocorreu pouco depois de Suleiman assumir o cargo, no dia 29 de janeiro. Dois seguranças que faziam a escolta do comboio do vice-presidente teriam morrido no atentado.

Segundo a Fox News, funcionários do governo dos Estados Unidos confirmaram o ataque, mas o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, não comentou o assunto.

Antes de assumir a vice-presidência, Suleiman era o chefe dos serviços de Inteligência do Egito. A sua nomeação foi uma resposta aos violentos protestos em todo o país, numa tentativa do presidente Hosni Mubarak de arrefecer os ânimos da oposição.

Suleiman era um dos possíveis candidatos à sucessão de Mubarak, de quem era um de seus principais assistentes. O general Suleiman exerceu um papel-chave em importantes gestões do governo do Cairo, como a reconciliação interpalestina e as gestões para libertar o soldado israelense Gilat Shalit, aprisionado por grupos palestinos em Gaza.

 

Protestos convulsionam o Egito

Desde o dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, mas Mubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.

A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que "a mudança chegará" para o Egito. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak. A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo.

O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos. Manifestantes pró e contra Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. No dia 3, o governo disse ter iniciado um diálogo. A oposição negou. O premiê Ahmed Shafiq foi à TV e disse que a violência contribui para a "destruição do Egito". Sem maiores confrontos, o terror passou para o lado de alguns jornalistas, que foram agredidos, roubados e obrigados a sair do país. No dia 4, enquanto milhares participaram do "Dia da Saída", a UE pediu transição imediata e ElBaradei não descartou a candidatura à presidência.