Brasil e Bolívia assinaram nesta quinta-feira um acordo de cooperação contra o narcotráfico e a lavagem de dinheiro em regiões de fronteira, e também definiram ações conjuntas na área de inteligência, informaram ambas as partes durante a cúpula do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu.
O ministro brasileiro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, disse que o acordo de cinco pontos "não tem nada de teórico: é muito prático e concentra-se em ações concretas para melhorar o controle fronteiriço e usar essa região como elemento de integração".
O acordo prevê o treinamento de agentes policiais de ambos os países em centros especializados no Brasil e operações conjuntas de inteligência para localização de áreas de cultivo de maconha, que serão alvos de ações de erradicação.
Os dois países também realizarão treinamentos de agentes especializados em combate à lavagem de dinheiro na fronteira.
O documento assinado também tem referências à questão migratória e estabelece que os dois países "se comprometem a tornar eficazes e a reavaliar periodicamente os acordos firmados".
"Não queremos que nossos cidadãos se mantenham na marginalidade. Queremos organizar ações de desenvolvimento fronteiriço, queremos a legalidade para todos, dos dois lados da fronteira, e também queremos um controle fronteiriço mais eficiente", disse Barreto.
O acordo foi assinado por Barreto e pelo ministro de Governo da Bolívia, Sacha Llorenti, que já haviam se reunido no final de novembro, quando decidiram impulsionar um plano sul-americano de combate às drogas, um grande problema na região.