Agência EFE
MIAMI - O ex-tenente do Ministério do Interior cubano Daniel Abierno Govín, que solicitou asilo nos Estados Unidos em 2005, revelou nesta terça-feira em Miami o nome da chefe de uma rede de dez espiões cubanos infiltrados neste país.
- Venho porque meu objetivo é descobrir os oficiais e a rede de infiltração (cubana) que se encontra em Miami - disse Abierno Govín no programa de televisão 'A mano limpia', do Canal 41 de Miami, dirigido pelo jornalista dominicano Óscar Haza.
Segundo Abierno Govín, cuja função como agente de segurança do Estado consistia em obter informação sobre a dissidência interna, a jornalista cubana María do Carmen Carro Gómez é a líder do 'grupo de infiltrados' em Miami, uma rede que 'possivelmente' opera em universidades, meios de comunicação e 'lugares-chave'.
- Ela é a chefe de infiltração aqui nos EUA, é certo - assinalou Abierno Govín, que revelou também o nome da suposta chefe de outro grupo de espiões cubanos em Porto Rico: Natividad Braun Rodríguez, quem, assegurou, dirige nessa ilha uma agência de viagens.
Ele reconheceu que não possui o nome do resto dos espiões cubanos que operam nesta rede, nem sabe informar se algum deles está infiltrado no serviço de inteligência americano (CIA).
Explicou que durante sua detenção em Guantánamo, após escapar em 2005 de Cuba em uma embarcação com sua esposa e sua filha, comunicou esses dados às autoridades americanas, mas eles lhe responderam que "o que os interessava era o nome dos oficiais de segurança do Estado (cubano) infiltrados na CIA'.
Perguntado sobre se faz sentido agora manter essas redes de espiões depois que Raúl Castro assumiu a Presidência de Cuba, Abierno Govín respondeu que '(o regime cubano) se interessa em saber o que o inimigo, EUA, planeja'.
- Em qualquer lugar-chave nos EUA pode haver um infiltrado da segurança ou um oficial de inteligência cubana - acrescentou Abierno Govín, irmão de Rosa María Abierno Govín, acusada em 1989 em Cuba junto com o general Arnaldo Ochoa e outros chefes militares de tráfico de drogas e alta traição.
Em relação às acusações de tráfico de drogas, motivo pelo qual supostamente Ochoa (herói em várias disputas) foi fuzilado, Abierno Govín sustentou que tais operações 'estavam autorizadas por Fidel Castro' e tinham como objetivo arrecadar fundos para o Governo cubano.
Além disso, revelou que Ochoa e outros militares 'planejavam tirar Fidel Castro do poder com um golpe de Estado', para o qual tinham conseguido 'cem uniformes do Exército americano com a intenção de fazer parecer que os EUA haviam se introduzido em Cuba'.