Agência EFE
BUCARESTE - O Rei Miguel I da Romênia nomeou neste domingo a sua filha primogênita, a princesa Margarita, de 58 anos, como sucessora da dinastia e herdeira da chefia da Casa Real da Romênia, 60 anos depois que o monarca foi obrigado a abdicar pelos comunistas.
Em cerimônia particular em seu Palácio de Savarsin, ao oeste da Romênia, Miguel I, de 86 anos, assinou um documento que contém o novo Estatuto Dinástico da Família Real da Romênia, informa um comunicado da Casa Real.
Pelo novo Estatuto, o herdeiro da chefia da Casa Real da Romênia é 'Vossa alteza Real Margarita, Princesa herdeira da Romênia e Princesa de Hohenzollern'.
O marido da herdeira do trono receberá o título de Vossa alteza Real Radu, príncipe da Romênia e Príncipe de Hohenzollern-Veringen.
No caso de uma mulher ser chefe da Casa Real Romena, seu marido levará o título de 'Vossa alteza Real Príncipe Consorte da Romênia'.
No documento, Miguel I diz que caso a nação romena e o Parlamento da Romênia considerem adequada a monarquia como forma de Governo, pedirá 'ao Parlamento que renuncie à aplicação da lei sálica, que não corresponde nem aos direitos da Europa de hoje nem aos valores da sociedade romena'.
A legislação proibia as mulheres de ter acesso ao trono e, segundo a Constituição romena de 1866, se o monarca não tivesse descendentes homens, o herdeiro seria seu irmão mais velho ou os filhos deste.
O Rei Miguel I escolheu para assinar o 'documento fundamental da Família Real', o dia e a hora em que se completam exatamente 60 anos de sua abdicação forçada, que ocorreu em Bucareste no dia 30 de dezembro de 1947.
Miguel I, filho do Rei Carol II e de Elena de Grecia, reinou na Romênia entre 1927-1930 sob regência, e depois entre 1940-1947.
Viveu 50 anos no exílio em Versoix (Suíça) com sua esposa Ana de Borbón Parma, com a qual tem cinco filhas, e voltou em 1997 à Romênia, onde recuperou parte de seu patrimônio e goza dos direitos de um ex-chefe do Estado.