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Partidários de Morales marcham em direção a La Paz

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Agência EFE

LA PAZ - Partidários do presidente boliviano, Evo Morales, marcham nesta quinta-feira em direção a La Paz e Sucre para exigir que o Senado, controlado pela oposição, não vete projetos do Governo e que a Constituinte volte a se reunir.

Um dos grupos se aproxima de La Paz, sede do governo, pelo planalto, onde chegará na próxima segunda-feira para pressionar o Senado, que bloqueou dezenas de projetos oficiais.

Enquanto isso, seguidores de Morales da cidade vizinha de El Alto, a mais pobre do país e onde o presidente tem maior apoio, chegaram hoje a Sucre, capital oficial da Bolívia, que está bloqueada em vários acessos, de acordo com fontes sindicais.

Em coincidência com as marchas e manifestações, o vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera disse que Morales acreditou ser "possível" construir um novo Estado mediante o "diálogo e pactos", mas que agora um momento de muita tensão se aproxima e ele terá que ver o que vai acontecer.

- Este momento está mais próximo do que parece - acrescentou Linera, que teve seus comentários interpretados por analistas e diplomatas credenciados em La Paz como um aviso de que o presidente, bloqueado pela oposição no Senado e na Constituinte, se dispõe a tomar medidas de força.

Segundo o secretário-executivo da central Operária Regional de El Alto, Edgar Patana, que liderou na quarta-feira um protesto diante do Senado com cerca de 10 mil partidários de Morales, "começou a batalha decisiva, a última que o povo esperava".

Fontes diplomáticas revelaram à Agência Efe que várias embaixadas em La Paz atualizaram seus planos para a retirada de compatriotas para o caso de o confronto acabar em violência, enquanto países vizinhos, como o Brasil, se preparam para o caso de acontecerem grandes êxodos.

Na manifestação de ontem diante do Senado, setores radicais aimaras, etnia de Morales, chegaram a falar em uma guerra civil caso a Constituinte fracasse.

No entanto, o porta-voz presidencial, Alex Contreras, disse hoje que o Governo "não acredita que acontecerá uma guerra civil", e pediu que os manifestantes em Sucre sejam desmobilizados, para evitar confrontos com opositores.