Agência EFE
MOSCOU - Skinheads russos colocaram pela primeira vez na Internet um vídeo com imagens da execução de duas pessoas, um oriundo do Cáucaso russo e outro do Tadjiquistão, denunciou o portal Gazeta.ru nesta segunda-feira.
O site, que avisou a Justiça, disse que o vídeo foi colocado no domingo em um blog de um jovem neonazista sob o nick "Antitsîgan" (Anticigano).
Mas já na tarde desta segunda-feira, as imagens e suas reproduções em outros lugares foram retiradas da rede.
Encapuzados e vestidos com uniformes militares de campanha, os neonazistas posam diante de uma bandeira nazista com a suástica. Depois, colocam os dois reféns de joelhos, amarrados, e os obrigam a anunciar que foram presos por "nacional-socialistas russos".
Em seguida, decapitam uma das vítimas com uma faca dentada e matam o segundo com um tiro na nuca, segundo o Gazeta.ru.
O vídeo termina com a imagem de um campo aberto e o anúncio de uma "Operação do NSPR (Partido Nacional-Socialista da Rússia) para prender e executar dois colonizadores, do Daguestão e do Tadjiquistão" - respectivamente, uma república russa do Cáucaso e uma república ex-soviética da Ásia Central, de maiorias muçulmanas.
Peritos da Procuradoria de Moscou avisados pelo portal, após consultar fontes, disseram que nenhum grupo ultranacionalista assumiu a autoria da execução e asseguraram que investigarão o caso após comprovar a autenticidade do vídeo.
Segundo o centro de defesa dos direitos humanos "Sová, os ataques racistas, cada vez mais freqüentes na Rússia, tinham causado 36 mortos e 268 feridos até o final de julho.
No total, em sete meses, houve mais de 300 ataques e crimes de xenofobia, consideravelmente mais que no mesmo período de 2006, informou à agência de notícias russa Interfax a subdiretora do centro, Galina Kojevnikova.
Segundo estimativas dos defensores dos direitos humanos, na Rússia atualmente há 60 mil militantes de extrema-direita e de grupos neonazistas que concentram ataques nas pessoas de países do Cáucaso e da Ásia Central.
Entre as vítimas, os racistas também incluíram estrangeiros procedentes da África, Ásia, América Latina, além de russos de minorias sexuais, ativistas de movimentos culturais juvenis e mendigos.