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BAGDÁ - Forças norte-americanas e iraquianas lançaram nesta segunda-feira uma ofensiva contra a Al Qaeda e militantes xiitas 'apoiados pelo Irã', já prevendo um aumento na violência.
Comandantes dos EUA temem que os militantes recrudesçam os ataques contra os soldados norte-americanos ou tentem um ataque 'espetacular' contra civis para tentar influenciar o debate sobre o fim da guerra em Washington, já que um importante relatório sobre a situação do conflito está marcado para ser apresentado ao Congresso em setembro.
Em Bagdá, líderes das comunidades curdas, xiitas e árabes sunitas realizaram uma série de negociações bilaterais nos preparativos para uma cúpula que acontece esta semana. A cúpula visa a acabar com a desconfiança que paralisou o governo de unidade nacional do premiê Nuri al-Maliki.
- Tudo vai ser colocado sobre a mesa. É como quando estávamos formando o governo, com a exceção de que Maliki não será substituído - disse uma autoridade xiita próxima às negociações, que falou sob a condição de permanecer anônima.
Participaram das negociações bilaterais de segunda-feira, além de Maliki, o vice-presidente Tareq al-Hashemi, que é sunita; o presidente Jalal Talabani, que é curdo; o vice-presidente Adel Abdul-Mahdi, integrante do poderoso Conselho Supremo Islâmico do Iraque, xiita; e Masoud Barzani, líder da região curda do Iraque, que é praticamente autônoma.
As Forças Armadas dos EUA descreveram a chamada Operação Ataque Fantasma como uma ofensiva poderosa, realizada junto com os soldados iraquianos.
- Consiste de operações simultâneas pelo Iraque com o objetivo de perseguir terroristas da AQI (Al Qaeda no Iraque) e extremistas apoiados pelo Irã - disseram numa nota.
Os EUA dizem que o Irã aumentou o apoio às milícias xiitas, fornecendo mais armas e treinamento, para acelerar a retirada das tropas norte-americanas. O Irã nega.
A nota oficial não esclarece quantos soldados entre os 162 mil norte-americanos presentes no Iraque vão participar da operação.
As forças dos EUA lançaram uma série de ofensivas nas últimas semanas, principalmente nos cinturões em torno de Bagdá que se transformaram em redutos para a Al Qaeda e para milícias xiitas.