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Só 10% dos americanos já ouviram falar de Lula

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Agência EFE

ESTADOS UNIDOS - Os americanos sabem muito pouco da realidade política da América Latina e sua percepção está longe do que verdadeiramente acontece na região, segundo uma enquete publicada nesta sexta-feira nos Estados Unidos.

O estudo do grupo Zogby International e do centro de estudos Diálogo Interamericano revelou que só 10% dos entrevistados conheciam o nome de Luiz Inácio Lula da Silva.

No caso do México, vizinho dos Estados Unidos, a percentagem de pessoas que reconheciam o nome do presidente Felipe Calderón sobe para 20%.

"O presidente George W. Bush disse em muitas ocasiões que o México é um dos aliados mais importantes do país e no entanto só um de cada cinco americanos conhece o nome de seu governante. É horrível", disse à agência Efe o presidente do Diálogo Interamericano, Peter Hakim.

No entanto, mesmo sem saber o nome do líder da nação vizinha, os americanos não duvidaram em citar o México em primeiro lugar como um dos maiores aliados de seu país na América Latina. Em segundo lugar mencionaram ao Brasil, e em terceiro a Costa Rica.

Entre os piores inimigos dos Estados Unidos na América Latina os indagados apontaram Cuba e Venezuela em primeiro e segundo lugar.

Mas consideraram que a Colômbia deveria estar em terceiro.

"A percepção dos americanos sobre a Colômbia está absolutamente equivocada. O país é o que mais recebe ajuda externa dos EUA no mundo, depois das nações do Oriente Médio e do Afeganistão", disse Hakim, surpreendido.

Dos adultos ouvidos, 58% disseram que os EUA deveriam começar a negociar com o Governo de Cuba para melhorar as relações entre os dois países, e 56% defenderam o fim do embargo econômico sobre o regime cubano.

Em relação à América Latina, 29% consideraram "adequada" a gestão do Governo americano, mas 60% foram contrários.

A enquete perguntou também sobre a percepção geral do crescimento da China. Para mais de 56%, a expansão econômica chinesa na América Latina prejudica a influência dos EUA.

"Estou absolutamente atônito diante do que me parece uma profunda ignorância por parte dos americanos sobre a América Latina", confessou Hakim.

O presidente do Diálogo Interamericano considerou que um dos possíveis motivos do profundo desconhecimento é o fato de que os meios de comunicação tendem a se concentrar em Cuba e Venezuela.

"Sabíamos mais da doença de Fidel Castro do que das eleições no México e dos acontecimentos na América Latina", comparou.

Hakim não acredita que "haja uma solução possível" e lamenta que a ignorância demonstrada pela pesquisa impeça uma "política melhor e de compromisso" com a região.

"Se sabem pouco, é porque se importam pouco", concluiu.

O estudo foi feito através da internet, ouvindo 7.362 adultos dos Estados Unidos entre 27 e 30 de julho de 2007. A margem de erro é de mais ou menos 1,2 ponto percentual.