Agência EFE
GAZA - Após uma madrugada de bombardeios israelenses que deixaram oito feridos, a tensão continua na Faixa de Gaza, de onde milicianos palestinos lançaram nesta sexta-feira cinco foguetes artesanais contra o sul de Israel.
Segundo os moradores, helicópteros e aviões não-pilotados israelenses continuam sobrevoando o território palestino, depois que na madrugada de hoje um míssil caiu perto da casa do primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh.
O Exército negou que o dirigente do Hamas, que está na mira de Israel, teria sido o alvo do ataque.
- Eliminar Haniyeh não era o objetivo da ação, afirmou um porta-voz militar.
A ofensiva, que não deixou feridos, era dirigida contra um posto de seguranças no campo de refugiados de Shati, a oeste da Cidade de Gaza, segundo testemunhas.
Vários ministros afirmaram nos últimos dias que todos os dirigentes do Hamas, incluindo Haniyeh, podem ser alvo dos ataques aéreos israelenses em represália ao lançamento de foguetes artesanais de Gaza.
O movimento islâmico ameaçou retomar os atentados suicidas no interior de Israel.
Em nove dias, as operações aéreas mataram 38 e feriram 158 palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
As últimas vítimas foram oito palestinos - entre eles um jovem de 18 anos - que ficaram feridos em quatro ataques por volta da meia-noite, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde e diretor do serviço de ambulâncias, Maaouya Hasanin.
O Exército israelense confirmou nesta sexta-feira em comunicado outras três operações de sua aviação durante a madrugada.
Quase todas as ofensivas seriam dirigidas contra instalações do Hamas na Cidade de Gaza; em Khan Yunes e Rafah, no sul da faixa; e no campo de refugiados de Jabalya, no norte.
As operações não impediram que milicianos palestinos continuassem lançando foguetes Qassam. Cinco caíram hoje no deserto israelense do Neguev, sem deixar feridos.
Os braços armados do Hamas, a Jihad Islâmica e os Comitês Populares da Resistência reivindicaram o disparo dos foguetes, que na segunda-feira mataram um israelense em Sderot, a cerca de três quilômetros da faixa.
As Brigadas de Ezzedeen al-Qassam, braço militar do Hamas, afirmaram ter lançado na madrugada de hoje seis foguetes Qassam contra o sul de Israel em 'resposta às agressões e assassinatos' do Exército israelense.
Com o mesmo argumento, as Brigadas de Jerusalém, da Jihad Islâmica, dispararam sete mísseis de morteiro; e as Brigadas de Saladino, dos Comitês Populares da Resistência, lançaram um Qassam.
Na quinta-feira, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, e o alto representante de Política Externa e Segurança Comum da União Européia (UE), Javier Solana, pediram às milícias palestinas que parem de lançar os foguetes contra Israel e a este que ponha fim a suas operações militares em represália.
- O lançamento destes foguetes inúteis deve parar para podermos chegar a uma trégua com Israel, disse Abbas após se reunir com o diplomata em Gaza.
Solana disse depois a jornalistas em Jerusalém que o Governo da ANP de união nacional 'não funciona nem aceita responsabilidades' na Faixa de Gaza.
- É importante que um Governo responda pela situação em Gaza. Ou um ou outro, mas não se pode estar em Gaza sem aceitar responsabilidades, disse, após se reunir com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.