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Colômbia: Uribe afirma que libertará guerrilheiros da Farc

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Agência ANSA

BOGOTÁ - O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, anunciou hoje, que o governo libertará os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que estão presos, por "razões de Estado", até o dia 7 de junho.

- No dia 7 de junho tenho que levar parcial ou totalmente o efetivo das Farc a um lugar de reclusão especial - disse Uribe, sem especificar a quantidade de presos que irá libertar.

As condições que o governo exige aos guerrilheiros libertados que não voltem a lutar e que sejam reinseridos na vida civil sob a tutela da Igreja católica, através de um programa governamental.

A libertação aparentemente propiciará uma aproximação com as Farc a fim de se chegar a um acordo humanitário para conseguir a libertação de 56 militares e políticos sequestrados pelo grupo.

Nos últimos dias, Uribe conversou com o presidente francês Nicolas Sarkozy, que afirmou estar comprometido em ações para libertar a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, que está em poder das Farc.

Ontem, o grupo informou o beneplácito pelas negociações de Sarkozy, em uma entrevista de Raúl Reyes, um dos maiores chefes do grupo.

- As Farc ratificam novamente ao presidente Nicolas Sarkozy e ao povo francês o nosso compromisso em buscar um acordo na troca de prisioneiros -afirmou Reyes.

Por sua vez, Uribe autorizou há algumas semanas que quatro congressistas norte-americanos entrassem em contato com as Farc, a fim de negociar a libertação de três militares dos Estados Unidos.

Já, o chanceler Álvaro Araújo disse hoje que o governo está pronto para um encontro direto com as Farc, mas sem que isso signifique a desocupação dos territórios, como exige o grupo guerrilheiro.

Uribe, que falou extensamente com rádios locais sobre o tema, também apresentou uma proposta para que os parlamentares da coalizão oficialista sejam soltos devido a acusações de ligações com os paramilitares.

Uribe propõe que, para conseguir esse benefício, os políticos que não estejam envolvidos em delitos de lesa-humanidade declarem a verdade, mesmo que fiquem por toda a vida politicamente desabilitados, uma vez que deverão assumir a responsabilidade penal pelos seus crimes.

A fórmula de Uribe para os políticos que cometeram crimes graves é a "liberdade parcial, mas com morte política para toda a vida, sem anistia, sem indultos e sem se eximir da responsabilidade penal".