Agência EFE
ROMA - O primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, comemora nesta quinta-feira um ano da formação de Governo mas sem muitas alegrias, já que seus aliados da União Democrática para a República (Udeur) anunciaram que não votarão a lei sobre o conflito de interesses.
As divergências já existentes entre as várias partes que formam a coalizão do Governo, como em relação à reforma da previdência e ao projeto de regularização da união civil estável, se somam agora à polêmica da medida sobre o conflito de interesses. O projeto dificulta o acesso a cargos de Governo a quem tiver um patrimônio superior a ¬ 15 milhões e a empresas que detenham concessões estatais.
O ministro da Justiça e líder dos democratas-cristãos da Udeur, Clemente Mastella, anunciou que seu partido não votará a lei. Além disso, ele pediu que seja realizada em junho uma 'verificação' para saber se conta com a maioria, já que lamenta as dificuldades de comunicação que tem no Executivo.
Uma pesquisa publicada hoje pelo jornal econômico 'Il Sole 24 Ore' mostra que 55% dos entrevistados estão desiludidos com as decisões tomadas pelo Governo de Prodi no primeiro ano. Já 42% consideram que o período foi 'positivo'.
Entre as leis adotadas pelo Governo de Prodi, apenas um pacote de liberalizações de alguns setores tem 70% de apoio. A lei do indulto, que permitiu a libertação de 12 mil presos, é reprovada por 80% dos entrevistados, e 67% deles se mostram contrários à política do Governo sobre imigração.
Em relação ao projeto de lei sobre a união estável, uma das decisões mais polêmicas do ano - inclusive dentro da coalizão governamental -, 65% dos entrevistados apóiam, mas a percentagem cai para 42% quando se fala da regularização dos casais homossexuais.
O jornal também mostra como a atividade legislativa do primeiro ano de Prodi foi muito inferior à do mesmo período do Governo anterior, de Silvio Berlusconi. No primeiro ano, em 2001, a coalizão de centro-direita de Berlusconi aprovou 72 leis, contra 37 da gestão de Prodi.
As pesquisas recentemente publicadas mostram ainda que se a confiança no Governo caiu, passando de 44 para 40% nos últimos três meses, o apreço pela figura do chefe de Governo aumentou de 36 para 44%.