Agência EFE
MOGADÍSCIO - Seis pessoas, entre elas uma menina de dois anos, morreram hoje na explosão de uma mina terrestre enterrada havia tempo sob uma casa particular perto de Mogadíscio, a capital da Somália, informaram fontes oficiais.
Em um princípio, residentes da região haviam dito que a explosão devia-se a um foguete que se havia desviado de seu alvo e caído em uma casa em Afgoi, cerca de 30 quilômetros ao leste de Mogadíscio.
Representantes das autoridades que foram ao local disseram que não se sabe quando a mina foi colocada e que ela foi acionada por fogo feito pelos moradores da casa.
Além dos seis mortos, três pessoas ficaram feridas. A casa ficou completamente destruída, acrescentaram as fontes oficiais. Entre os falecidos há uma mãe e seus quatro filhos, um deles a menina de dois anos.
É a primeira vez em muitas semanas que ocorre uma explosão em Afgoi, povoado para o qual fugiram muitas famílias de Mogadíscio que temiam ser vítimas do fogo entre os diferentes grupos que lutam na capital.
Os choques armados costumam ser entre, de um lado, as forças leais ao Governo e as tropas etíopes que estão na Somália desde o fim de dezembro, e, do outro, combatentes islâmicos ou milicianos dos 'senhores da guerra'.
No dia 6 deste mês, chegou a Mogadíscio o primeiro destacamento de forças de paz da União Africana (UA), integrado por aproximadamente 300 soldados ugandenses, a fim de apoiar o Governo de transição somali.
A UA espera poder enviar ao país 8.000 efetivos da missão de paz, mas está tendo problemas para reunir as tropas necessárias.
A tensão cresceu na Somália em dezembro, quando a Etiópia lançou uma grande ofensiva para atacar os combatentes das Cortes Islâmicas. O país vizinho temia que, além de estender seu poder pela Somália, os milicianos atravessassem a fronteira com a Etiópia.
A Somália vive sem um Governo que tenha conseguido impor sua autoridade a todo o território nacional desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado.
Desde então, o país é cenário de lutas entre os diferentes clãs, aos quais os milicianos das Cortes Islâmicas se somaram no ano passado.
Hoje mesmo, soldados do Governo provisório mataram quatro milicianos em um controle em uma estrada de Balad, 30 quilômetros ao norte da capital, informaram fontes oficiais.
As fontes disseram que os quatro homens armados eram milicianos que estavam exigindo dinheiro dos ocupantes dos veículos que passavam pelo local. O comissário do distrito de Balad, porém, afirmou que eles eram seguranças contratados para trabalhar na região até que o Governo envie tropas oficiais.