Agência EFE
ROMA - O líder do partido Democratas de Esquerda, Piero Fassino, disse neste domingo que o Governo italiano conseguirá os 158 votos necessários para conseguir a confiança da câmara alta do Parlamento, mesmo sem o apoio dos senadores vitalícios.
Fassino disse hoje durante um programa do canal da televisão estatal 'RAI 3' que 'existe a maioria com os senadores eleitos da câmara alta', ou seja, 158 votos. Há ainda os quatro senadores vitalícios que já garantiram seu apoio ao primeiro-ministro italiano, Romano Prodi.
O presidente italiano, Giorgio Napolitano, decidiu ontem enviar o Governo Prodi ao Parlamento para passar pelo voto de confiança, depois que o Senado não aprovou, por uma diferença de apenas dois votos, um relatório do ministro de Exteriores, Massimo D'Alema, sobre política externa.
Enquanto na Câmara dos Deputados Prodi poderá contar com uma grande maioria, no Senado ele tem apenas duas cadeiras de vantagem.
Nas contas de hoje, Fassino incluía entre os 158 apoios dois senadores: o comunista Franco Turigliatto e o representante do partido Italianos no Mundo, Luigi Pallaro.
No entanto, não está claro se os dois apoiarão Prodi na câmara alta.
"Estou refletindo. Não quero Governos à direita, mas, por enquanto, ouvirei o discurso de Prodi antes do voto', disse hoje Turigliatto, um dos dois senadores comunistas que se abstiveram na votação da política externa que provocou a crise do Governo.
O senador da Refundação Comunista acrescentou em entrevista no jornal on-line 'Affari Italiani' que dirá 'não' ao refinanciamento da missão militar italiana no Afeganistão.
No entanto, Fassino disse que 'agora é importante que o Governo consiga a maioria' e volte a trabalhar.
- Depois, convenceremos todos os parlamentares a votar a favor do refinanciamento - disse.
Enquanto isso, o senador independente Pallaro, que nem sempre apoiou o Governo e que agora estaria conversando com Prodi, segundo a imprensa, mantém-se em silêncio sobre suas intenções.
Prodi poderá contar com o voto do ex-líder da União dos Democrata-Cristãos (UDC) Marco Follini, contra quem continuaram hoje as críticas e acusações de 'traição' por parte de seus ex-companheiros de partido.
O caso de Follini não é o único nesta legislatura, já que o senador Sergio De Gregorio, eleito pelo partido da coalizão governamental Itália dos Valores, passou há alguns meses para a centro-direita e esta semana votará contra Prodi.
A coalizão de centro-esquerda garante que não precisará dos votos de quatro dos sete senadores vitalícios que garantiram seu apoio. Esses legisladores, no entanto, podem ser decisivos se alguns dos "rebeldes', como Turigliatto ou Pallaro, decidirem dar as costas a Prodi.