ASSINE
search button

Exército uruguaio vigiará região fronteiriça com argentina

Compartilhar

ANSA

MONTEVIDÉU - O governo do Uruguai informou nesta quarta-feira que o exército irá vigiar o perímetro da fábrica de celulose que a empresa finlandesa Botnia está construindo em Fray Bentos, 309 quilômetros a noroeste de Montevidéu, sobre a margem leste do rio Uruguai.

O vice-presidente do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, e o secretário da presidência, Jorge Vázquez, confirmaram a decisão do Poder Executivo que confiará as tarefas de controle ao Batalhão de Infantaria 9, com sede em Paysandú, 70 quilômetros ao norte de Fray Bentos, também na fronteira com a Argentina.

- A finalidade é garantir o máximo de segurança aos investimentos que serão realizados no Uruguai, em uma situação complexa existente com alguns cidadãos da Argentina - disse Nin Novoa.

O vice-presidente recordou que do lado argentino do rio Uruguai, limite natural entre os dois países, "aconteceram atos ou expressões que nos motivam a ter preocupações".

Dirigentes da Assembléia de moradores da cidade argentina de Gualeguaychú, que se opõem à instalação da fábrica da Botnia, não descartaram a possibilidade de cruzar o rio Uruguai para realizar seus protestos, o que aumentou a preocupação no governo de que sejam produzidas ações contra o empreendimento.

Durante este ano, ambientalistas do Greenpeace desembarcaram em fevereiro em um porto de propriedade da Botnia em Fray Bentos, desconhecidos ingressaram em um prédio florestal da empresa e destruíram centenas de plantas de eucaliptos e um guarda da fábrica foi ameaçado por pessoas que entraram de noite no local.

O Uruguai e a Argentina mantêm há um ano um dos maiores conflitos diplomáticos de sua história pela construção da fábrica da Botnia e outra da espanhola Ence, prevista originalmente também para esta cidade, mas que há dois meses decidiu se localizar em outro ponto do país.