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EUA: Democratas defendem reforma migratória para 2007

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ANSA

WASHINGTON - A reforma migratória, o aumento do salário mínimo e a pesquisa das células-tronco fazem parte do pacote legislativo que os democratas defenderão no Congresso em 2007, quando assumirem o controle das duas Câmaras, disse nesta quarta-feira um porta-voz do próximo líder do Senado, Harry Reid.

- É de praxe que quando se inicia uma nova sessão no Congresso o líder da maioria apresente um pacote com vários projetos de lei que quer defender, e a reforma migratória integra a nossa lista de prioridades - afirmou Federico de Jesús.

Reid, senador pelo Nevada, se reuniu esta semana informalmente com o senador democrata Ted Kennedy, quando concordaram em defender a reforma migratória em 2007.

Kennedy impulsionou este ano um projeto bipartidário de reforma que estabelecia a regularização da maioria dos 12 milhões de imigrantes ilegais, cuja maioria é de origem latino-americana.

A iniciativa foi aprovada pelo Senado e teve o apoio do presidente George W. Bush, mas foi rejeitada pela Câmara dos Deputados, cuja maioria é controlada pela ala mais conservadora do Partido Republicano.

De Jesús informou que, em dezembro, Reid se reunirá formalmente com Kennedy, que será o encarregado de conversar com os senadores republicanos que apoiaram a reforma migratória, para analisar a aprovação de um novo projeto de lei sobre este tema no ano que vem.

O novo Congresso norte-americano assumirá suas funções em 3 de janeiro e tanto Reid como a líder da maioria democrata da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, expressaram o seu apoio à regularização da maioria das pessoas que vivem e trabalham ilegalmente nos Estados Unidos.

Reid declarou esta semana à imprensa local que considera, "como todos os democratas, que precisamos de uma reforma migratória ampla, que facilite o caminho da legalização e inclua sanções severas aos que derem trabalho aos imigrantes ilegais".

Depois da vitória democrata nas eleições legislativas de 7 de novembro, as organizações pró-imigrantes e os sindicatos se manifestaram confiantes de que a nova maioria do Congresso apóie com êxito a reforma migratória.

- A retórica antiimigrante da linha dura republicana teve um custo político ao seu partido nas eleições legislativas de 7 de novembro - comentou Douglas Rivlin, diretor de comunicações do Fórum Nacional de Imigração, cuja organização faz pressões em Washington em favor da reforma migratória.

Rivlin se disse otimista de que em 2007 "os dois partidos trabalhem juntos para aprovar a reforma migratória". Enquanto isso o porta-voz do sindicato de trabalhadores agrários (UWF, de sua sigla em inglês), Marc Grossman, afirmou que depois da vitória democrata no Congresso norte-americano "estamos confiantes sobre as possibilidades de conseguir aprovar algum tipo de reforma migratória".

Por outro lado, Reid afirmou que defenderá um aumento do salário mínimo, de US$ 5,15 por hora para US$ 7,25. Esse valor permanece invariável há uma década.

O senador democrata também disse que a pesquisa das células-tronco será uma de suas prioridades legislativas, um tema que pode ser vetado pela Casa Branca.

Em seus seis anos de mandato, Bush só vetou uma iniciativa de lei: a que apoiava a pesquisa das células-tronco.

Para evitar o veto presidencial, o Senado precisa dos votos de dois terços de seus membros, o que segundo Reid é algo "mais difícil de conseguir".