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Conselheiros de Bush duvidam de Maliki, segundo relatório

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EFE

WASHINGTON - Um relatório confidencial elaborado por conselheiros de segurança dos Estados Unidos revela sérias dúvidas do Governo sobre a capacidade do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, para controlar a violência no Iraque, segundo a edição desta quarta-feira do jornal The New York Times.

O relatório, feito por J. Hadley e outros membros do Conselho Nacional de Segurança e com data de 8 de novembro, estabelece uma série de passos a serem seguidos pelos EUA para fortalecer a liderança política de Maliki.

- Impressionou-me como um líder com o desejo de ser forte, mas com dificuldades para consegui-lo - assegurou Hadley no texto. Ele se reuniu com o primeiro-ministro iraquiano em 30 de outubro em Bagdá, segundo o diário nova-iorquino.

O conselheiro de segurança acrescentou em seu relatório que embora as intenções do primeiro-ministro iraquiano pareçam boas, "a realidade nas ruas de Bagdá sugere que Maliki não está consciente do que está ocorrendo, ou faz rodeios a respeito de suas intenções, ou suas capacidades não são suficientes para transformar suas boas intenções em fatos".

Segundo o New York Times, o relatório estabelece que alguns dos passos que os EUA deveriam dar para fortalecer o Governo do Iraque passam por "um apoio financeiro aos grupos moderados", em vez da tendência de Maliki de contar com os setores xiitas mais extremos, e também apóia o envio a Bagdá de milhares de soldados americanos adicionais.

O relatório assinala como outra possível medida, que os EUA persuadam a Arábia Saudita a utilizar a influência que o país árabe tem sobre os sunitas no Iraque, incentivando-os a abandonar a violência e a favorecer a estabilidade política no país.

Segundo o jornal americano, o texto não sugere em nenhum momento a possibilidade de substituir o primeiro-ministro iraquiano, mas questiona se Maliki dispõe da vontade e da capacidade de estabelecer um Governo de união no Iraque.

A revelação sobre o relatório no New York Times coincide com a reunião de desta quarta entre George W. Bush e Maliki na Jordânia, para tratar do repentino aumento da violência sectária entre insurgentes sunitas e milícias xiitas no Iraque.