EFE
BAGDÁ - O Supremo Tribunal Penal iraquiano reiniciou nesta terça-feira o julgamento do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein e de seis de seus antigos colaboradores por genocídio da população curda durante a chamada campanha de Al-Anfal nos anos 80.
A sessão desta terça, a de número 24 desde o começo do processo, em agosto, foi iniciada com o testemunho de um cidadão curdo.
A testemunha relatou que 30 membros de sua família morreram em 1988 em um bombardeio aéreo contra seu povoado, localizado no norte do Iraque.
A audiência ocorreu na presença de todos os acusados no caso da operação Al-Anfal, realizada pelo Exército iraquiano entre 1987 e 1988 contra o Curdistão, no norte do país, e que causou a morte de dezenas de milhares de pessoas.
Somente dois advogados assistiram ao julgamento. O advogado Khalil Dulaimi, líder da defesa, que boicotou a maioria das audiências, voltou a se ausentar.
A Promotoria-geral acusa o ex-presidente iraquiano e seus seis colaboradores de ordenar a campanha de Al-Anfal e de utilizar gases químicos contra a população curda.
Saddam foi condenado à morte na forca, assim como seu meio-irmão Barzan al-Tikriti e o ex-presidente do Tribunal da Revolução, Awad Hamad Al Bandar, pelo massacre de 148 pessoas na localidade xiita de Dujail, após uma fracassada tentativa de assassinato de Saddam na mesma localidade em 1982.