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Calderón nomeia 'linha-dura' como ministro do Interior

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Reuters

CIDADE DO MÉXICO - O presidente eleito do México, Felipe Calderón, indicou na terça-feira para o cargo de ministro do Interior um ex-governador considerado linha dura, enquanto o país enfrenta um conflito político no Estado de Oaxaca e se prepara para novos protestos da oposição de esquerda.

Francisco Ramírez Acuña, que havia se licenciado do cargo de governador do Estado de Jalisco, é visto como um homem de mão firme que não hesitaria em usar a força pública para aplacar conflitos, o que já lhe rendeu críticas de grupos de defesa dos direitos humanos.

Acuña, amigo de infância de Calderón, terá de enfrentar um grande desafio em Oaxaca, que há seis meses vive um conflito entre o governador e manifestantes que exigem sua renúncia, acusando-o de corrupção e autoritarismo.

- Em sua trajetória como governante, como representante popular, o licenciado Ramírez Acuña constatava a necessidade e o valor que tem o diálogo e o pluralismo e, também, a responsabilidade irrenunciável do governante de fazer cumprir a lei - disse Calderón durante o anúncio.

Calderón, que assumirá a Presidência no dia 1o de dezembro, nomeou a embaixadora mexicana na Áustria, Patricia Espinosa, para a pasta das Relações Exteriores.

Espinosa, uma diplomata pouco conhecida no México, tem à frente a missão de cuidar da agenda migratória do país, que há anos tenta fechar um acordo com os Estados Unidos para regularizar a situação dos milhões de mexicanos que trabalham lá ilegalmente.

Além disso, o presidente eleito afirmou que criará um gabinete para chefiar a Presidência, e o cargo ficará com Juan Camilo Mouriño, um jovem ex-deputado que coordenou sua campanha eleitoral e a equipe de transição.

A equipe econômica havia sido apresentada na semana passada, um dia depois de seu rival derrotado nas eleições, Andrés Manuel López Obrador, ter tomado posse simbólica como 'presidente legítimo' do país. López Obrador, que paralisou parte da capital mexicana com protestos contra uma suposta fraude eleitoral, pretende realizar manifestações na cerimônia de posse de Calderón.

Parlamentares do Partido da Revolução Democrática, de López Obrador, já prometeram impedir que Calderón faça o juramento no Congresso na sexta-feira.