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WAN registra 105 jornalistas assassinados em 2006

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EFE

PARIS - Com 105 jornalistas assassinados, 2006 é o ano mais mortal para a imprensa, segundo o balanço semestral da Associação Mundial de Jornais (WAN, em inglês) divulgado nesta segunda-feira.

Na América, 15 jornalistas foram vítimas de 'uma série de assassinatos brutais' nos últimos seis meses, um deles no Brasil. Além deles, houve seis no México e na Guiana, quatro na Colômbia, três na Venezuela, dois no Equador e um na Guatemala.

A associação observa que os outros problemas ligados à liberdade de imprensa na região são principalmente de ordem jurídica. Ela pediu mais liberdade de expressão no Brasil, Bolívia e Peru. Além disso, lembrou que mais de 20 jornalistas estão presos em Cuba.

Os assassinatos de jornalistas se 'aceleraram' em todo o mundo no segundo semestre. O Iraque lidera a lista, com um total de 44 profissionais assassinados, sendo 23 nos últimos seis meses, informou a WAN numa nota sobre o relatório apresentado em seu conselho de administração, reunido em Kiev.

O assassinato de jornalistas é 'a forma definitiva da censura', mas não a única, alerta a WAN. A organização denuncia que 'as medidas judiciais, o assédio financeiro e as leis sobre a segurança'

continuam sendo utilizadas para 'pressionar os jornalistas e restringir a liberdade de imprensa',

"A autocensura, uma reação natural à repressão e à ameaça da violência, é um problema endêmico na Ásia Central, na América Latina e no Oriente Médio', afirma o documento.

A entidade destaca que os conflitos e a instabilidade política no Oriente Médio e no Norte da África ainda afetam a capacidade da liberdade de imprensa para progredir. Além disso, 'a violência e a insegurança crescentes' fazem do Iraque 'o país mais perigoso do mundo' para os profissionais de imprensa.

A guerra entre Israel e a milícia xiita libanesa Hisbolá matou dois profissionais em julho. Na Argélia, Marrocos e Egito, 'talvez os países mais tolerantes para os jornalistas na região', os Governos utilizaram as leis sobre a difamação para pressionar e controlar a imprensa, acusa o texto.

Na região que abrange a antiga União Soviética e Europa oriental, há uma grande desigualdade em matéria de liberdade de imprensa. Houve progressos 'constantes' na Ucrânia e outros países do Leste europeu desde a queda do bloco soviético. Porém, em Belarus, Cazaquistão, Turcomenistão e Uzbequistão o relatório registrou "retrocessos consideráveis' nos últimos anos.

A Rússia, onde três jornalistas foram assassinados este ano, entre eles Anna Politkovskaya, se caracteriza por um ambiente "complexo e freqüentemente contraditório', segundo a WAN.

Na Ásia, o balanço da liberdade de imprensa é 'amplamente'

influenciado pelos Governos 'repressivos' da Birmânia, China e Coréia do Norte. Com a deterioração da situação política no Afeganistão, os jornalistas figuram entre as vítimas: três mortes este ano.

O balanço anual acrescenta oito mortos nas Filipinas, cinco no Sri Lanka, quatro no Paquistão, dois na China e dois na Índia .

Na África Subsaariana, a imprensa e seus profissionais enfrentam "uma série de ameaças: guerra, falta de infra-estruturas e financiamento, censura, penalização da difamação e violência', afirma a WAN. Além disso, os ataques a jornalistas 'geralmente contam com toda impunidade'.