EFE
TEERÃ - Um avião militar iraniano caiu nesta segunda-feira ao decolar do aeroporto internacional de Teerã, matando 36 de seus 38 ocupantes, segundo fontes da Guarda Revolucionária iraniana.
O acidente aconteceu às 7h20 (2h50 em Brasília), quando o avião modelo Antonov-74, que pertence à Guarda Revolucionária, viajava do aeroporto de Mehrabad, em Teerã, para a cidade de Shiraz, no sul do Irã.
O general Rahim Safavi, chefe da Guarda Revolucionária, afirmou que, segundo as primeiras informações obtidas por analistas desta corporação, um dos motores do avião não funcionou no momento da decolagem e é possível que o avião tenha se incendiado depois que uma de suas asas, que armazenava combustível, se chocou com um objeto na pista.
No entanto, Safavi reiterou que as causas do acidente ainda não foram determinadas definitivamente e que uma equipe está encarregada de investigar o acidente, 'o que leva tempo', informou a agência oficial de notícias iraniana 'Irna'.
Safavi havia levantado a hipótese de um atentado, argumentando que o país 'está rodeado de inimigos', mas não deu provas que justificassem sua tese de sabotagem.
- É normal, os inimigos devem fazer alguma coisa após as duas manobras (militares) que realizamos, já que estamos rodeados por eles e mesmo aqui também existem muitos hipócritas, disse Safavi.
O general também se referiu ao fato de que o acidente, que aconteceu em plena 'semana do Basij' - que lembra a criação da Guarda Revolucionária, em 1980 -, possa ter algum significado que aponte para a hipótese de um atentado.
A agência 'Fars' informou que a caixa-preta do avião já foi encontrada e que será analisada cuidadosamente.
Trinta e seis pessoas morreram na hora, entre elas 30 membros da Guarda Revolucionária, enquanto os outros seis eram integrantes da tripulação, segundo um comunicado do corpo militar.
Os dois passageiros feridos, que também faziam parte do corpo de elite, foram levados para um hospital, segundo a nota.
Após o acidente, o chefe do escritório presidencial e porta-voz do Governo, Gholam Hossein Elham, foi até o aeroporto de Mehrabad para supervisionar as medidas adotadas na retirada dos corpos.
A comissão de segurança nacional e de política estrangeira do Parlamento iraniano enviou um representante ao local da queda para investigar o acidente, segundo a 'Irna'.
Segundo fontes desta comissão citadas pela 'Irna', as operações de resgate já foram encerradas e os corpos das vítimas já foram retirados.
O Corpo da Guarda Revolucionária conta com unidades próprias de terra, mar e ar e é considerado uma das forças mais fiéis aos princípios islâmicos da Revolução.
Fontes do corpo de elite haviam informado anteriormente que o avião fazia uma 'missão militar regular' e que entre seus ocupantes não havia nenhum comandante, informou a 'Irna'.
O último acidente deste tipo ocorreu em janeiro, quando onze oficiais, incluindo o comandante da força terrestre da Guarda Revolucionária, morreram na queda de um avião militar