ROMA - A Polícia italiana deteve em Nápoles, no Sul da Itália, 14 pessoas acusadas de pertencer à máfia Camorra, entre elas Franco Mazzarella, considerado o chefe do clã, e seu irmão Ciro, informaram fontes policiais. A operação aconteceu após dois anos de investigação. O clã Camorra mantém uma disputa com a máfia dos Contini.
Todos os detidos foram levados para a prisão, acusados de formação de quadrilha para cobrar taxas aos donos dos negócios de seu bairro de influência.
- Os crimes contra as pessoas e os incêndios das lojas também tinham gerado uma lei do silêncio entre a população - explicou a Direção Antimáfia do distrito napolitano.
A tentativa de estender suas atividades criminosas para além de seu bairro 'teria provocado uma série de homicídios frustrados, entre eles os de Michele Elia, Salvatore Puglia e Ciro Grimaldi - afirmou a fonte, que não deu mais detalhes.
A prefeita de Nápoles, Rosa Russo Iervolino, destacou que a operação é uma demonstração de que 'o Estado existe'. Iervolino acrescentou que 'a intervenção da Direção Antimáfia contribui de forma determinante para desmantelar as redes de malfeitores que operam na cidade e confirma aos cidadãos a vontade do Estado em acabar com elas'.
Em outubro, houve uma onda de violência na cidade, o que levou o primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, a viajar para Nápoles no início de novembro. Um dia após sua visita, o ministro do Interior italiano, Giuliano Amato, anunciou na cidade um plano para combater o crime organizado, no qual se previa o envio de mil novos policiais.
- Nápoles não é o velho oeste - afirmou Amato na ocasião.