EFE
NOVA YORK - Líderes civis e religiosos da comunidade afro-americana se reuniram hoje com as autoridades de Nova York para saber detalhes da morte de um jovem negro numa operação na qual agentes policiais efetuaram 50 disparos.
- Não sabemos ainda exatamente o que aconteceu. Não temos todas as respostas - disse o prefeito Michael Bloomberg numa entrevista coletiva, na qual estava acompanhado por um grupo de políticos afro-americanos e pelo chefe do Departamento de Polícia, Raymond Kelly.
Sean Bell, um negro de 23 anos que ia se casar sábado com a mãe de seus dois filhos, morreu na madrugada desse mesmo dia na saída de um clube de striptease, no bairro nova-iorquino do Queens.
Dois amigos de Bell, identificados como Joseph Guzman e Trent Benefield, ficaram gravemente feridos quando o carro em que os três estavam foi alvejado pelos policiais.
O prefeito disse que, quando acontece um tiroteio como o que matou o afro-americano, 'surgem perguntas legítimas' sobre como o mesmo ocorreu.
- É essencial para a Prefeitura fazer uma completa e justa investigação, lidar com as conseqüências e garantir que todo o possível é feito para evitar futuros incidentes como este - acrescentou.
Bloomberg explicou que o convite para a reunião feito aos líderes religiosos e civis tinha como objetivo garantir-lhes que 'têm todas as informações' que as autoridades possuem e 'assegurar-lhes que haverá uma ampla e justa investigação'.
O fato fez com que surgissem pedidos para que o chefe da Polícia nova-iorquina seja demitido e trouxe de novo à memória a morte de Amadou Diallo, que, em 1999, foi morto a tiros por vários policiais brancos quando estava desarmado.
No caso de Bell, dos cinco policiais que participaram do tiroteio, dois são afro-americanos, um é de origem latina e outros dois são brancos.
O promotor do Queens, Richard Brown, assumiu a investigação, que segue em curso.
As primeiras explicações dos policiais dão conta de que os agentes abriram fogo depois que o veículo no qual os jovens estavam investiu contra um detetive e um automóvel policial não identificável ocupado por outros agentes.
- Não devemos nos apressar em nosso julgamento - disse Bloomberg, que acrescentou que os cinco agentes envolvidos realizarão trabalhos administrativos e ficarão sem suas armas enquanto durar a investigação.