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Lahoud diz que não aprovará tribunal internacional no Líbano

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EFE

BEIRUTE - O presidente do Líbano, Émile Lahoud, disse nestas egunda-feria que não assinará o documento aprovado pelo Governo que autoriza a criação de um tribunal internacional para julgar os assassinos do ex-primeiro-ministro libanês, Rafik Hariri, por considerar o Executivo 'anticonstitucional'.

No sábado, o Governo, à revelia de seis ministros pró-sírios demissionários, deu sinal verde à criação de um tribunal internacional proposto pela ONU.

Além disso, Lahoud se recusou a assinar a transferência ao Conselho Constitucional, a instância judicial mais elevada do país, o caso do assassinato de Pierre Gemayel, que foi morto terça-feira passada em Beirute.

- Não o assinarei porque considero este gabinete anticonstitucional desde que uma comunidade religiosa retirou seus ministros - disse o governante a um grupo de estudantes, segundo um comunicado publicado hoje por seu escritório de imprensa.

Lahoud se referia a cinco dos 24 ministros que renunciaram, os pertencentes aos grupos xiitas Amal e Hisbolá e únicos representantes da comunidade muçulmana xiita no Governo.

As decisões tomadas pelo gabinete precisam ser ratificadas pelo presidente do país e do Parlamento, cujo líder, Nabih Berri, também é dirigente do grupo xiita Amal.

Lahoud acrescentou que o complô contra o Líbano começou com o assassinato de Hariri, em fevereiro de 2005, num atentado com um carro-bomba em Beirute. O ataque matou outras 22 pessoas, entre elas o deputado e ex-ministro Bassel Fleihan, e feriu mais de 200.

A maioria parlamentar, reunida em torno da plataforma anti-Síria Forças do 14 de Março, acusa o regime sírio e seus aliados libaneses de perpetrarem atentado. Além disso, exige a renúncia do presidente.

- Os objetivos desta conspiração são isolar o Líbano do mundo pan-árabe e privá-lo de sua resistência para que não possa restaurar seus direitos legítimos - disse Lahoud.

O presidente libanês reiterou que não abandonará antes do fim do seu mandato e que não permitirá que o Líbano 'torne-se a terceira vítima, depois da Palestina e do Iraque'.

Lahoud frisou ainda que não permitirá 'que uma nova guerra civil aconteça no Líbano'.