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Hans Blix critica plano de Blair de renovar arsenal atômico

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Agência JB

LONDRES - A decisão do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, de renovar o arsenal britânico de mísseis Trident, dificultará os esforços internacionais para impedir que o Irã se transforme em uma potência nuclear.

A advertência é do sueco Hans Blix, ex-diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), e está no discurso que pronunciará nesta segunda-feira no Instituto Britânico de Direito Internacional e Comparado, cujo conteúdo foi adiantado pelo jornal britânico "The Independent'. Segundo Blix, a modernização do arsenal nuclear britânico submeterá o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) a tensões adicionais, e aumenta a sensação entre Estados não nucleares, como o Irã, de que estão sendo 'enganados' pelas potências atômicas.

No texto do discurso, a que o periódico teve acesso, Blix critica os outros quatro integrantes permanentes do Conselho de Segurança - EUA, China, Rússia e França - por desobedecerem às normas do TNP, ao não terem trabalhado mais intensamente para eliminar seus respectivos arsenais atômicos.

O ex-diretor-geral da AIEA lembra que, há sessenta anos, a ONU pediu a total eliminação das armas atômicas do planeta. Apesar disso, nos últimos anos, Israel, Paquistão, Índia e Coréia do Norte se somaram ao grupo das potências nucleares.

Blix, que preside atualmente a Comissão Internacional de Armas de Destruição em Massa, com sede em Estocolmo, considera que deve ser prioritária a ratificação de um tratado para a total proibição dos testes nucleares, que inclua a Coréia do Norte, último país a entrar para o grupo de potências nucleares.