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Casa Branca admite nova fase no Iraque

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Reuters

TALIN (Estônia) - A Casa Branca admitiu nesta segunda-feira que a violência sectária no Iraque entrou numa 'nova fase', mas negou que o pais esteja em guerra civil.

Stephen Hadley, assessor de Segurança Nacional do governo norte-americano, disse a jornalistas que o presidente George W. Bush vai discutir com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri Al Maliki, numa reunião nesta semana na Jordânia, formas de lidar com a crescente violência no Iraque.

- Estamos claramente numa nova fase, caracterizada por esta crescente violência sectária, que exige obviamente que nos adaptemos a esta nova fase, e esses dois líderes precisam conversar sobre como fazer isso - disse Hadley a jornalistas que acompanham Bush em Talin, capital da Estônia.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, disse na segunda-feira que o Iraque está 'quase' em guerra civil desde os atentados coordenados que na semana passada mataram mais de 200 xiitas em Bagdá.

- Os iraquianos não falam nisso como guerra civil - disse Hadley, argumentando que a polícia e o Exército não estão divididos em linhas sectárias e que o governo iraquiano de unidade nacional se mantém.

O assessor disse que Bush e Maliki devem discutir se os EUA precisam ou não conversar com seus inimigos Irã e Síria sobre formas de conter a violência no Iraque. Acho que vocês verão que o primeiro-ministro Maliki vai abordar isso com o presidente - afirmou.

- Ele (Maliki) tem algumas opiniões fortes a respeito. Como vocês sabem, os iraquianos vêm conversando com os sírios. Os iraquianos vêm conversando com os iranianos. Sua visão é de que o futuro do Iraque, se for objeto de conversações com Síria e Irã, deveria ser uma conversação dos iraquianos', disse ele.

Bush está na Europa para uma cúpula da aliança militar Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na terça e quarta-feira.

Segundo Hadley, o presidente ligou para seu colega egípcio, Hosni Mubarak, com quem discutiu a importância de apoiar o governo libanês e de 'enviar uma firme mensagem à Síria de que ela deve parar de desestabilizar esse governo'.

Muitos libaneses culparam Damasco pelo assassinato do ministro Pierre Gemayel, na semana passada, no mais recente de uma série de crimes contra políticos contrários à influência síria no Líbano.