EFE
JERUSALÉM (Israel) - O vice-primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, expressou neste domingo sua esperança de que o cessar-fogo com os palestinos sirva para "abrir uma nova página" nas relações entre ambos os povos, após "um longo período de paralisias e morte".
Com o cessar-fogo que entrou em vigor hoje por uma proposta das principais facções palestinas de Gaza, "abrimos, talvez, um novo capítulo", comentou o octogenário estadista israelense.
- Espero que os palestinos compreendam que o único caminho que nos resta, a eles e a nós, é retomar as negociações para trazer de verdade a paz a esta região - disse Peres.
- Eu acho que (a trégua) é uma conquista do Governo e do primeiro-ministro Ehud Olmert, e acredito que os palestinos começam a entender que nem o mundo, ou nós, podemos nos conciliar com uma posição que rejeita a paz, as negociações e o reconhecimento do Estado de Israel - acrescentou Peres em alusão ao primeiro-ministro palestino Ismail Haniyeh e a seu Movimento Islâmico Hamas.
O ministro para Assuntos Estratégicos, Avigdor Liberman, declarou que o acordo entre as facções palestinas armadas com Haniyeh e com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, é conseqüência das operações militares de Israel.
O cessar-fogo, uma iniciativa dos milicianos palestinos, "vem a provar que só a firmeza de Israel e sua disposição em expandir as operações contra as organizações terroristas (na Faixa de Gaza), assim como a ameaça a seus chefes, dá resultados".
Segundo Liberman, líder do Partido Israel Beiteinu, da direita radical, as Forças Armadas devem seguir o mesmo caminho para pôr fim ao contrabando de armas e explosivos do Egito para essas facções palestinas por meio de túneis subterrâneos.
O ministro da Defesa, Amir Peretz, líder do Partido Trabalhista, declarou diante de chefes militares que Israel "está interessado" no cessar-fogo proposto pelos palestinos, mas advertiu que o Estado judeu responderá "com a máxima energia" se voltassem a atacar os povoados israelenses.
Peretz reside com sua família em Sderot, vizinha da faixa autônoma de Gaza, uma das localidades mais castigada pelos foguetes Qassam.
O braço armado da Jihad (guerra santa) Islâmica, violou na manhã de hoje o cessar-fogo ao disparar três foguetes Qassam contra Sderot.
Um dos foguetes atingiu uma casa familiar cujos moradores, ao escutar o alarme, se esconderam em um refúgio.