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Royal: 'Abrimos hoje uma bela página da história da França'

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EFE

PARIS - Ségolène Royal afirmou neste domingo, após ser oficialmente escolhida candidata do Partido Socialista (PS) à Presidência da França, que "uma nova esperança" surgiu no país, "como uma onda que só quer crescer" até a vitória da esquerda nas eleições de abril e maio do ano que vem.

- Hoje abrimos juntos uma bela página da história da França - afirmou a primeira mulher com possibilidades reais de chegar ao Palácio do Eliseu a cerca de 1,5 mil delegados e personalidades socialistas reunidos em Paris para o congresso extraordinário de posse.

Royal, de 53 anos e presidente regional de Poitou-Charentes, disse que, nos cinco meses de campanha que antecedem as eleições, quer "estimular uma reação coletiva, um impulso afinado com a esperança que desponta".

- Imaginemos juntos uma França que terá a coragem de enfrentar as mudanças sem renunciar a seu ideal de liberdade, igualdade, fraternidade e justiça - disse.

Em seu discurso, a defensora da "ordem justa" e da "democracia participativa" retomou muitos dos lemas de sua campanha vitoriosa nas primárias do PS, que venceu há dez dias com 60,65% dos votos dos militantes.

E, assim como fez no dia seguinte ao da vitória, pediu a união da esquerda e do máximo número de franceses para derrotar a direita no pleito presidencial.

Royal cumprimentou seus dois rivais derrotados e o líder do PS, François Hollande, seu companheiro e pai de seus quatro filhos.

- Cumpramos juntos nosso dever de vitória para os milhões de franceses que a aguardam, que esperam pelo fim destas políticas de ruptura, de fratura, de insegurança e de precariedade - declarou Royal, em alusão ao lema da "ruptura" de seu provável adversário de direita, Nicolas Sarkozy.

A candidata socialista defendeu a "diversidade" da França, onde, segundo ela, já não se deve falar de franceses de "primeira, segunda ou terceira geração".

E, após evocar os nomes de grandes feministas, disse aos militantes que escolhê-la como candidata foi um gesto "realmente revolucionário", antes de acrescentar com um sorriso que, como diz a presidente do Chile, Michelle Bachelet, "nada seria possível sem os homens".

Royal quer que sua campanha tenha um "impulso nacional", mas que também seja "regionalizada" e, ao ressaltar o caráter "participativo" de suas idéias, fixou a educação, a luta contra todas as formas de violência, o poder aquisitivo e o meio ambiente como os primeiros temas de debate para "enriquecer" o projeto.

Depois do discurso de Royal, muito aplaudida, o presidente da Internacional Socialista, Georges Papandreu, e o líder socialista belga Elio di Rupo discursaram.

Em seguida, foram lidas mensagens de felicitação e apoio dos chefes de Governo da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, e Itália, Romano Prodi, e da presidente do Chile, Michelle Bachelet.