Agência Reuters
MADRI - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, que deixará o cargo, autorizou os maltratos a detentos na prisão de Abu Ghraib no Iraque, disse a ex-comandante da prisão em uma entrevista no sábado. A ex-general da brigada dos Estados Unidos, Janis Karpinski, contou ao jornal espanhol El País que viu uma carta aparentemente assinada por Rumsfeld, que permitia o uso de técnicas como a privação de sono durante interrogatórios.
Karpinski, que chefiou a prisão até o início de 2004, disse que viu um memorando assinado por Rumsfeld detalhando o uso de métodos severos de interrogatório.
- A assinatura feita a mão estava acima de seu nome impresso e na mesma grafia, na margem, estava escrito: 'tenha certeza de que isso seja executado - disse ao El País.
- Os métodos consistem em fazer com que o prisioneiros fiquem em pé por longos períodos, privação de sono... tocar música no volume máximo, sentar desconfortavelmente... Rumsfeld autorizou essas técnicas específicas.'
A Convenção de Genebra diz que os prisioneiros de guerra não devem sofrer 'tortura física ou mental, ou qualquer outra forma de coerção' para obter informação. Um porta-voz do Pentágono não quis comentar as acusações de Karpinski, enquanto o exército norte-americano no Iraque não estava imediatamente disponível para comentar.
Karpinski foi retirada do Iraque no início de 2004, pouco após as fotografias mostrando soldados norte-americanos abusando de prisioneiros terem sido divulgadas. Ela insiste que não sabia do abuso dos prisioneiros até ver as fotos. Rumsfeld também autorizou que o exército quebrasse as Convenções de Genebra ao não registrar todos os prisioneiros, disse Karpinski.