AFP
GENEBRA - O Comitê das Nações Unidas contra a Tortura denunciou nesta sexta-feira o "amplo" emprego desta prática na Rússia por parte da polícia e das forças armadas.
O Comitê, integrado por dez juristas independentes, manifestou sua preocupação com "as alegações, particularmente numerosas, persistentes e críveis, de atos de tortura atribuídos a agentes encarregados de aplicar a lei".
O organismo considera "críveis" as denúncias de tortura e de outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes em centros de detenção não-oficiais de presos chechenos, no norte do Cáucaso.
O documento, que dedica apenas 12 páginas aos aspectos positivos das recentes mudanças legais na Rússia, cita ainda "seqüestros e desaparições forçadas (...) perpetrados por agentes do Estado e por outras pessoas" que agem "instigadas por eles" ou "com seu consentimento".
O Comitê afirma ainda que o sistema legal russo incentiva a solução do maior número de casos, o que "promove o emprego da tortura e dos maus tratos em busca de confissões".