PARIS - A ativista iraniana Shirin Ebadi, Prêmio Nobel da Paz de 2003, disse que alguns regimes se amparam no islamismo para justificar políticas 'opressoras' e lamentou os ataques que a religião recebe dos extremistas.
Em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal francês 'Les Echos', Ebadi cita como exemplo a Arábia Saudita, 'onde não há Parlamento', e a Síria, 'onde a Presidência é hereditária'.
- É hora de ensinar aos muçulmanos que as chaves do paraíso não estão nas mãos de seus Governos - disse a advogada iraniana, que destacou que 'um Islã esclarecido admite a democracia e defende os direitos humanos'.
No entanto, o islamismo é objeto de ataques pelos extremistas "que exploram a doutrina para justificar seus atos', e também por alguns partidários de outras crenças, 'que pintam um retrato negro' da religião.
Sobre a situação em seu país, Ebadi disse à publicação francesa que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, tinha prometido lutar contra a corrupção, mas, passados dois anos, não manteve a promessa.
A ativista acrescentou que a democracia no Irã é 'inexistente' e que a tomada de decisões não é transparente.