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Londres pede colaboração russa na investigação da morte de espião

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Agência JB

LONDRES - O governo britânico pediu a colaboração das autoridades russas para ajudar a Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres) na investigação da morte do ex-agente secreto russo Alexander Litvinenko, informou hoje o Ministério de Relações Exteriores do Reino Unido. Além disso, funcionários desse ministério se reuniram hoje com o embaixador russo em Londres, Yuri Fedotov, para analisar o fato.

- Foi pedido ao embaixador que entregue às autoridades de Moscou um pedido para que contribuam com as informações que poderiam ter, para ajudar a Polícia em suas investigações - disse uma porta-voz do Ministério.

Também foram negadas algumas informações jornalísticas que indicavam que o governo britânico tinha informado Moscou que tratava o fato como "um assunto sério".

- Temos reuniões rotineiras com a Embaixada (russa), como é previsível, e o tema surgiu durante essas conversas - acrescentou a mesma fonte.

Alexander Litvinenko, de 44 anos e conhecido por suas críticas ao presidente russo, Vladimir Putin, morreu na noite passada no University College Hospital de Londres após sofrer uma estranha deterioração de saúde por causa de um suposto envenenamento.

A Scotland Yard informou que uma substância radioativa chamada Polônio 210 foi encontrada no corpo do ex-agente secreto, assim como em sua residência em Londres e em um restaurante e um hotel onde se reuniu com diversas pessoas no último dia 1º, quando ficou doente.

Em declaração póstuma, Litvinenko acusou Vladimir Putin de estar por trás de sua morte por envenenamento, e qualificou esse ato de "brutal" e "impiedoso". De Helsinque, onde participou da cúpula da União Européia (UE) e da Rússia, Putin questionou se a morte do antigo espião era um assassinato, e criticou que o fato tenha sido usado para fazer "provocações políticas'.

Litvinenko foi coronel do Serviço Federal de Segurança - antiga KGB soviética, da qual Putin também fez parte - e vivia como refugiado no Reino Unido, cujo governo lhe tinha concedido a nacionalidade britânica.

O ex-espião ficou doente em 1º de novembro após se encontrar em segredo com Mario Scaramella, um professor universitário italiano com bons contatos no mundo da espionagem, em um restaurante japonês no centro de Londres, segundo a imprensa britânica.

Aparentemente, Scaramella lhe forneceu nomes de pessoas que poderiam estar envolvidas no assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya, que Litvinenko investigava.