EFE
TÓQUIO - O Japão toleraria a passagem de navios com armas nucleares por suas águas territoriais, caso uma situação de emergência o fizesse 'inevitável', indicou nesta sexta-feira Fumio Kyuma, diretor-geral da Agência de Defesa do país.
O diretor-geral indicou em uma sessão da Dieta (Parlamento japonês) que o Japão toleraria, em casos extremos, a passagem por suas águas jurisdicionais de um navio dos Estados Unidos com armamento nuclear sem notificação prévia, violando as atuais normas que obrigam a consultar primeiro o Governo de Tóquio.
- Seria inevitável no caso de uma emergência, disse o responsável de Defesa do país.
Essa situação infringiria a política dos três princípios antinucleares atualmente vigente no Japão, que proíbem a posse, produção e passagem em território japonês de armamento atômico.
Como membro do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o Japão não pode fabricar ou possuir armas nucleares.
Em 1971, o Governo de Tóquio adotou os três princípios antinucleares, quando se decidiu que a ilha de Okinawa fosse devolvida pelos Estados Unidos ao Japão.
O Japão é o único país do mundo que foi atacado com armas atômicas, com os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki, realizados pelos EUA, e que provocaram a derrota do país na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Nos últimos tempos, alguns ministros do novo Governo de Shinzo Abe sugeriram a possibilidade de que se revise a lei que proíbe o Japão de possuir armas nucleares, após a
ameaça criada pelo rearmamento atômico da Coréia do Norte, que realizou um teste nuclear em 8 de outubro