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Chanceleres defendem mais união energética na América do Sul

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Reuters

SANTIAGO - Os chanceleres sul-americanos defenderam nesta sexta-feira uma maior integração energética na região, onde alguns países são ricos em gás e petróleo, enquanto outros enfrentam dificuldades de abastecimento.

- A integração energética deve ser um dos elementos básicos nesta etapa da região. É preciso dar à integração da América do Sul uma massa crítica de interesses que nos unam mais - disse a jornalistas o ministro peruano José Antonio García-Belaúnde, que participa da Terceira Reunião de Chanceleres da Comunidade Sul-Americana de Nações, em Santiago.

- Temos coisas demais em comum. Não vamos brigar mais, não vamos nos distrair com divergências sobre nossas concepções políticas - propôs.

Os 12 países da Comunidade Sul-Americana de Nações (Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai, Venezuela e Chile) representam cerca de 45 por cento do continente e somam um PIB de 973 bilhões de dólares.

A comunidade foi criada em 2004, já com um consenso sobre os temas prioritários a resolver, como infra-estrutura e energia.

- Devemos avançar significativamente no tema da integração energética, porque na América do Sul há países que têm fontes de energia, inclusive excedentes, e outros países que têm déficit - disse o chanceler chileno, Alejandro Foxley.

- Temos de nos colocar de acordo de uma vez por todos para ter um marco jurídico comum, para ter condições de acesso e de mercado aos produtos energéticos que geram alguns e de que precisam outros - acrescentou.

O Chile passa por restrições no fornecimento energético, especialmente de gás natural, porque só importa da Argentina, onde há forte aumento da demanda interna.

Na semana passada, houve um corte quase total devido a um protesto de petroleiros argentinos, mas Santiago informou na sexta-feira que o fornecimento já foi totalmente restabelecido.

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, destacou que 'uma das coisas importantes dessas reuniões é que ajuda na transparência e elimina as desconfianças' entre os países. O tema energético diz respeito diretamente à atual negociação da Petrobras com a Bolívia sobre o preço do gás.

O venezuelano Nicolás Maduro disse que 'há vários objetivos para a união sul-americana'.

- Devemos ser capazes de garantir para os próximos cem anos estabilidade energética na região, um fornecimento seguro, a bom preço, de gás, petróleo e derivados - afirmou.

A Venezuela é um dos maiores exportadores de petróleo do mundo, e junto com a Bolívia possui as maiores reservas de gás da América do Sul, embora também se destaque a produção de petróleo no Brasil e no Equador.