EFE
BRUXELAS - As drogas estão mais baratas do que nunca na Europa, após uma queda constante nos preços de mercado durante os últimos anos, segundo o relatório anual do Observatório Europeu de Drogas e Toxicomanias (OEDT), divulgado nesta quinta-feira.
O preço da heroína na rua - ajustado à inflação - caiu 45% entre 1999 e 2004, enquanto o do ecstasy diminuiu 47%, com quedas menores da cocaína (22%), anfetaminas (20%), maconha (22%) e haxixe (12%).
O documento, elaborado com dados dos 25 países da União Européia (UE) mais Bulgária, Romênia, Noruega e Turquia, afirma que essa diminuição de preços generalizada ocorreu apesar do aumento progressivo das apreensões durante o período de referência.
O relatório diz que entre 7 mil e 8 mil mortes ocorrem na Europa a cada ano relacionadas diretamente às drogas, o que representa 3% dos falecimentos de adultos menores de 40 anos, número que sobe para 7% em sete países (Dinamarca, Reino Unido, Áustria, Noruega, Grécia, Luxemburgo e Malta).
Esses números não incluem as mortes por acidentes, doenças crônicas e atos de violência causados pelas drogas.
O OEDT adverte sobre a possibilidade de que a presença de drogas muito baratas nos mercados possa reverter a tendência de queda nas intoxicações agudas registrada desde 2000, após um forte aumento entre 1995 e 2000.
Sobre a cocaína, o relatório destaca que, desde 2001, há sinais de estabilização da tendência de alta no consumo, especialmente na Espanha e no Reino Unido, países de maior incidência da droga, após um forte aumento registrado na segunda metade dos anos 90.
Na Espanha e na Holanda, pelo menos um quarto dos pedidos de tratamento por toxicomania estão relacionadas ao consumo de cocaína, segunda droga mais consumida na Europa, após a maconha.
O OEDT calcula que cerca de dez milhões de europeus consumiram cocaína em alguma ocasião (3% da população entre 15 e 64 anos), e que aproximadamente 3,5 milhões (1%) a consumiram durante o último ano.
No entanto, a extensão da cocaína pela Europa é muito diversa, pois, enquanto na Espanha e no Reino Unido, mais de 4% dos adultos jovens (de 15 a 34 anos) consumiram cocaína no último ano, na Grécia, apenas 0,2% o fizeram