Reuters
NOVA IORQUE - Horas depois do assassinato de um político libanês anti-Síria, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou planos para a criação de um tribunal especial internacional para julgar os suspeitos do assassinato em 2005 do ex-primeiro-minitro libanês Rafik al-Hariri.
A decisão do Conselho, tomada na forma de uma carta para o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, permite que os planos sejam submetidos ao governo libanês para aprovação formal.
A aprovação do conselho na terça-feira aconteceu no mesmo dia do assassinato do ministro da Indústria, Pierre Gemayel, um crítico ferrenho da Síria, e em meio a apelos do Hezbollah, grupo que simpatiza com Damasco, e seus aliados por protestos nas ruas para derrubar o governo anti-Síria do primeiro-ministro Fouad Siniora.
Um outro comunicado do Conselho de Segurança 'condena inequivocamente' o assassinato de Gemayel e 'qualquer tentativa de desestabilizar o Líbano por meio de assassinatos políticos e outros atos terroristas'.
Gemayel, baleado dentro de seu carro próximo de Beirute, está entre os membros do gabinete libanês a ter se expressado favorável ao tribunal da ONU numa votação na semana passada.
O gabinete votou pelo endosso ao plano do tribunal, apesar da renúncia de seis ministros oposicionistas.
As renúncias colocaram o governo de Siniora numa crise e provocaram o protesto do presidente libanês, Emile Lahoud, simpatizante da Síria, que classificou a decisão do gabinete de ilegítima.
Após o assassinato de Gemayel, a morte ou a renúncia de mais dois ministros derrubaria o governo de Siniora