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Suécia lidera ranking de igualdade entre sexos

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Reuters

LONDRES - Nenhum país do mundo atingiu a igualdade de gêneros em áreas como educação, saúde, emprego e política, segundo um ranking com 115 países divulgado na terça-feira e liderado pela Suécia. O Brasil está na 67a posição.

Outros países nórdicos têm destaque no ranking: Noruega, Finlândia e Islândia. As Filipinas, em sexto, são o único asiático entre os dez melhores. Os Estados Unidos estão em 22o lugar. O último lugar é do Iêmen.

O ranking, chamado Índice da Distância de Gênero, abrange 90 por cento da população mundial e foi compilado por pesquisadores da Universidade Harvard, da London Business School e do Fórum Econômico Mundial.

- Pela primeira vez a sensação que muitos de nós temos é apoiada por estatísticas - disse Cherie Booth, esposa do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e advogada especializada em direitos humanos.

- De maneira nenhuma a distância entre homens e mulheres foi eliminada - afirmou ela no lançamento do ranking.

O índice especifica a lacuna existente entre homens e mulheres em quatro áreas: oportunidades e participação econômica, conquistas educacionais, influência política e saúde e sobrevida.

Ao quantificar as diferenças entre os gêneros no acesso a recursos e oportunidades, ao invés de mensurá-los em níveis absolutos, os autores buscaram eliminar o impacto do desenvolvimento econômico.

Por participação econômica, por exemplo, entende-se a proporção de homens e mulheres empregados, as diferenças salariais e a participação feminina entre autoridades de primeiro escalão e gerentes.

O estudo mostra que a desigualdade no que diz respeito a saúde e expectativa de vida é muito pequena no mundo - a variação para todos os 115 países vai de 0,9796 a 0,9227, sendo que a nota 1 significa inexistência de diferenças.

Mas quando se trata de influência política - medida pela proporção de mulheres em Parlamentos, ministérios e chefias de Estado nos últimos 50 anos - o melhor desempenho é da Suécia, com nota 0,5501. A Arábia Saudita vem em último com nota zero.

Os países nórdicos se beneficiam por terem tradicionalmente uma maior participação feminina na política, o que aliás derruba os Estados Unidos no ranking - apesar de suas boas notas em outros quesitos.

- As mulheres receberam espaço para participar do mercado de trabalho, mas não na política - disse Ricardo Hausmann, da Universidade Harvard, um dos autores do relatório.

O Brasil - que ficou atrás de países como Argentina, Colômbia, China, El Salvador, Mongólia e Uganda - teve bom desempenho na área de saúde, mas perdeu pontos em capacitação educacional - 72o lugar no ranking - e influência política, quesito em que ficou com a 86a posição.

As Filipinas tiveram notas boas em todos os quesitos e estão na lista dos cinco únicos países a diminuírem a desigualdade de gênero na saúde e na educação. República Dominicana, França, Honduras e Lesoto são os outros.

A França, porém, aparece apenas em 70o lugar na lista, por causa do seu desempenho em questões econômicas e políticas. A África do Sul lidera em seu continente, ocupando o 18o lugar geral.