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FAO: produção de soja crescerá 40% no Mercosul até 2014

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AFP

SANTIAGO - A produção de soja aumentará cerca de 40% nos cinco países produtores do grão no Mercosul até 2014, segundo estudo da FAO, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, divulgado nesta terça-feira em Santiago.

A produção de soja do bloco passará de 100 milhões de toneladas produzidas em 2005 a 142 milhões de toneladas em 2014, segundo a FAO, que tem sua sede regional em Santiago.

Isto aumentará as exportações de grão de soja em 53%, ou seja, de 28 milhões de toneladas para 58 milhões de toneladas entre 2005 e 2014 no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia, que é sócia do Mercosul.

Segundo a FAO, a projeção de produção é de 80 milhões de toneladas para o Brasil, 50 milhões de toneladas para a Argentina, 6 milhões de toneladas para o Paraguai, 3 milhões de toneladas para a Bolívia e 860.000 toneladas para o Uruguai.

A expansão ocorrerá graças ao aumento das áreas cultivadas, que devem passar dos atuais 38 milhões de hectares para 46 milhões de hectares nos próximos oito anos, uma alta de 21%, sendo a metade somente no Brasil.

- Este mercado é um dos mais dinâmicos do mundo e está crescendo o dobro dos demais cultivos - disse Luis Gómez Oliver, responsável de política da FAO, ao apresentar o relatório.

- Para os próximos anos, a previsão é de que a demanda mundial se manterá com um alto dinamismo - acrescentou.

Com este crescimento, o bloco aumentará sua participação no mercado mundial de 47% para 52%.

A FAO sustenta suas projeções favoráveis na demanda mundial de soja, que será mantida graças à China e à Índia, ao que se soma o alto potencial de cultivo existente especialmente na América do Sul.

Esta demanda, de acordo com o estudo, será favorecida pelo aumento da renda per capita previsto para estes dois gigantes asiáticos, que elevará também os consumos de óleos vegetais, de aves e carne de veado (animais que são alimentados cada vez mais com soja).

Internamente, a demanda do Mercosul deve ser favorecida pelo crescimento esperado da produção de biocombustíveis, que em alguns casos são à base de soja.

Para atender a este aumento da demanda, os países sul-americanos contam com um alto potencial, baseado no crescimento das áreas cultivadas e da produtividade ou rendimento por hectare, segundo a FAO.

- Os países da região têm capacidade para satisfazer este aumento da demanda mundial - disse Luis Gómez.

No mundo, a soja corresponde a 8% das áreas cultivadas, depois do trigo, do arroz e do milho.