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Amorim vai ao Paraguai para tentar negociar dívida de Itaipu

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AFP

ASSUNÇÃO - O chanceler brasileiro, Celso Amorim, é esperado nesta quarta-feira no Paraguai para retomar as negociações entre os dois países referente à dívida de 19 bilhões de dólares da hidroelétrica de Itaipu.

O credor é a Eletrobrás, disseram porta-vozes do governo nesta terça.

- Com Amorim, vamos iniciar as conversações para encontrar uma solução favorável para ambos os países a respeito da dívida de Itaipu - disse hoje o ministro das Relações Exteriores paraguaio, Rubén Ramírez, à imprensa.

Paraguai e Brasil mantêm várias controvérsias relacionadas à represa e ao fluxo de comércio na fronteira.

Após destacar a importância da visita de Amorim, seu colega paraguaio advertiu que, se o débito com a Eletrobrás não for liquidado ou congelado, a parte que corresponde ao Paraguai, cerca de 4,3 bilhões de dólares, pode chegar a 7 bilhões em 2023.

As obras de Itaipu foram totalmente financiadas pelas Eletrobrás, e a conta é de ambos os países.

- A dívida evolui rapidamente de acordo com um complexo sistema financeiro de juros fixados pelo mercado brasileiro e a inflação anual dos Estados Unidos - comentou o chanceler.

O ministro disse que ainda não foi encontrado um mecanismo para reduzir a dívida, acrescentando que os especialistas dos dois países "estão fazendo trabalhos preliminares" e que "falta apenas a aprovação e a vontade do governo brasileiro nesse sentido".

Segundo ele, o Paraguai aproveitará a visita oficial de Amorim para pedir a eliminação de algumas travas fronteiriças ao seu comércio.

O governo de Nicanor Duarte espera acabar, particularmente, com as barreiras tarifárias para produtos livres de obstáculos estabelecidos no Tratado do Mercosul, "de maneira que os produtos paraguaios, a caminho da Europa ou dos Estados Unidos, não sejam tributados apenas por usar as vias brasileiras para os portos do Atlântico".

Na quinta-feira, Celso Amorim viajará para Santiago do Chile para a Cúpula Sul-Americana, acompanhado do ministro Ramírez.