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Biden diz a aliados que míssil que atingiu a Polônia era da defesa aérea ucraniana
Por JORNAL DO BRASIL com Reuters
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Publicado em 16/11/2022 às 08:08
Alterado em 16/11/2022 às 08:44
Os danos após a explosão em Przewodow, um vilarejo no leste da Polônia perto da fronteira com a Ucrânia, nesta imagem obtida das redes sociais Foto: Reuters
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse a aliados que um míssil que matou duas pessoas na Polônia era de defesa aérea ucraniana, conta uma fonte da Otan nesta quarta-feira.
Mais cedo, Biden disse publicamente que era improvável que o míssil tivesse sido disparado da Rússia. Se confirmado, isso provavelmente aliviaria a preocupação de que o primeiro incidente mortal em um país da Otan desde o início da guerra na Ucrânia possa levar a uma escalada.
Os embaixadores da Otan devem realizar uma reunião de emergência nesta quarta-feira para discutir a explosão em uma secadora de grãos no leste da Polônia, perto da fronteira ucraniana, que ocorreu enquanto a Rússia disparava dezenas de mísseis contra cidades da Ucrânia.
Kyev diz que derrubou a maioria dos mísseis russos com seus próprios mísseis de defesa aérea. A região de Volyn, na Ucrânia, do outro lado da fronteira com a Polônia, foi uma das muitas que a Ucrânia diz ter sido alvo de ataques da Rússia.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que nenhum de seus mísseis atingiu menos de 35 km (20 milhas) da fronteira polonesa, e que as fotos dos destroços mostraram elementos de um míssil de defesa aérea ucraniano S-300.
Questionado se era muito cedo para dizer se o míssil foi disparado da Rússia, Biden disse: "Há informações preliminares que contestam isso. Não quero dizer isso até que o investiguemos completamente, mas é improvável nas linhas da trajetória que foi disparada da Rússia, mas veremos."
Os Estados Unidos e os países da Otan investigariam completamente antes de agir, disse Biden na Indonésia, depois de se encontrar com outros líderes ocidentais na cúpula das grandes economias do G20.
O Kremlin disse nesta quarta-feira que alguns países fizeram "declarações infundadas" sobre o incidente, mas que Washington foi comparativamente contido. O porta-voz Dmitry Peskov disse a repórteres que a Rússia não tem nada a ver com o incidente, que ele disse ter sido causado por um sistema de defesa aérea S-300.
O Ministério das Relações Exteriores da Polônia disse que o foguete caiu em Przewodow, um vilarejo a cerca de 6 km da fronteira ucraniana.
O presidente polonês, Andrzej Duda, disse a repórteres que "provavelmente era um míssil fabricado na Rússia", mas que não havia evidências concretas de quem o disparou. Tanto os mísseis de longo alcance da Rússia quanto os mísseis de defesa aérea usados pela Ucrânia usam projetos soviéticos.
Um morador que não quis se identificar disse que as duas vítimas eram homens que estavam perto da área de pesagem de uma instalação de grãos.
Alguns líderes ocidentais disseram que a Rússia disparou o míssil.
"Eles enfatizaram que, seja qual for o resultado dessa investigação, a invasão de Putin na Ucrânia é diretamente responsável pela violência em curso", disse o gabinete do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, após uma reunião entre Sunak e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.
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