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Explosão na Rússia mata filha de ideólogo de Putin

Alvo do suposto atentado seria Alexander Dugin

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 21/08/2022 às 11:42

Alterado em 21/08/2022 às 11:42

Darya Dugina 'pregava genocídio de ucranianos na internet', diz o jornalista Caio Blinder no Twitter Reprodução/Telegram

A filha de um dos ideólogos mais proeminentes do regime de Vladimir Putin na Rússia morreu na explosão de um carro nos arredores de Moscou, na noite desse sábado (20).

A vítima é a analista política Darya Dugina, filha do filósofo russo Alexander Dugin, que tem o apelido de "cérebro de Putin" e é um dos mais conhecidos ideólogos de extrema direita no país.

Dugina voltava de um festival onde seu pai havia palestrado, mas seu carro explodiu quando passava perto do vilarejo de Velyki Vyazomi. Após a detonação, o veículo, que estava em nome de Dugin, capotou e foi parar fora da estrada.

Os dois deveriam viajar no mesmo automóvel, mas, no último instante, o filósofo teria decidido ir em um carro separado - existe a suspeita de que Dugin fosse o verdadeiro alvo do suposto atentado.

 

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Alexander Dugin, guru de do presidente Putin, seria o alvo do atentado (Foto: reprodução)


O líder da autoproclamada República de Donetsk, Denis Pushilin, acusou a Ucrânia de estar por trás da explosão, mas Kiev nega. "A Ucrânia não tem nada a ver com o homicídio da filha de Dugin", disse Mikhailo Podolyak, principal conselheiro do presidente Volodymyr Zelensky.

"Não somos um Estado criminoso, diferentemente da Rússia", acrescentou. A polícia russa abriu uma investigação para apurar o caso. "Se a pista ucraniana for confirmada pelas autoridades competentes, então teremos a confirmação da política de terrorismo de Estado praticada pelo regime de Kiev", afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Moscou, Maria Zakharova.

Conselheiro de diversos políticos, Dugin é conhecido por suas opiniões antiocidentais e de extrema direita. Nos últimos anos, foi reconhecido pela imprensa ocidental como um dos inspiradores da política externa ultranacionalista de Putin, embora a mídia russa o considere uma figura "marginal".

Em 2014, o filósofo foi demitido da Universidade de Moscou após ter feito um apelo em defesa do assassinato de ucranianos. Dugina, por sua vez, era uma analista política de destaque e defendia a invasão russa à Ucrânia, o que a levou a ser sancionada pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido. (com agência Ansa)

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