MUNDO
EUA criticam ordem nuclear de Putin como 'inaceitável'
Por JORNAL DO BRASIL com agências
Publicado em 27/02/2022 às 21:31
Alterado em 27/02/2022 às 21:45

Os Estados Unidos e a Otan condenaram neste domingo (27) a ordem do presidente russo, Vladimir Putin, de colocar suas forças nucleares em alerta máximo como perigosa e inaceitável, enquanto a Casa Branca disse que não descarta impor novas sanções à energia da Rússia.
Ao emitir a ordem para preparar as armas nucleares da Rússia para maior prontidão para lançamento, Putin citou "declarações agressivas" de aliados da Otan e sanções generalizadas impostas por nações ocidentais.
A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse ao programa "Face the Nation" da CBS que as ações de Putin aumentaram o conflito e foram "inaceitáveis".
Thomas-Greenfield disse que os Estados Unidos "continuam a olhar para medidas novas e ainda mais duras contra os russos".
No Pentágono, um alto funcionário da defesa dos EUA também descreveu a ordem nuclear de Putin como uma escalada e disse que estava "colocando forças em jogo que, se houver um erro de cálculo, poderiam tornar as coisas muito, muito mais perigosas".
Os Estados Unidos estão tentando determinar o que a ordem de Putin significa "em termos tangíveis", disse a autoridade, falando sob condição de anonimato.
No programa "Estado da União", da CNN, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, chamou a ordem nuclear de Putin de "agressiva" e "irresponsável".
A secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que Putin estava respondendo a uma ameaça imaginária.
"Nós o vimos fazer isso várias vezes. Em nenhum momento a Rússia esteve sob ameaça da Otan, a Rússia esteve sob ameaça da Ucrânia", disse Psaki no programa "This Week" da ABC.
APELO DOS EUA À CHINA
Os Estados Unidos não retiraram da mesa as sanções contra o setor de energia da Rússia, disse Psaki.
"Mas também queremos fazer isso e ter certeza de que estamos minimizando o impacto no mercado global e fazendo isso de forma unida", acrescentou.
O governo Biden teme que suas sanções possam aumentar os preços já altos do gás e da energia nos Estados Unidos e tomou medidas para mitigar isso. Quando emitiu sanções contra os principais bancos russos na quinta-feira, permitiu uma exceção para transações relacionadas à energia.
No apelo público mais urgente do governo à China, Psaki instou o Estado comunista a emitir uma condenação formal à invasão da Rússia.
"Não é hora de ficar de lado", disse Psaki na MSNBC. "Este é um momento para ser vocal e condenar as ações do presidente Putin e da Rússia invadindo um país soberano."
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse na sexta-feira que a China respeita a soberania dos países, incluindo a da Ucrânia, mas que as preocupações da Rússia sobre a expansão da Otan para o leste devem ser devidamente abordadas.
Enquanto isso, os republicanos no Congresso continuaram a adotar um tom cada vez mais duro em relação a Putin, mostrando que, por enquanto, ambos os partidos estão apoiando amplamente os esforços do governo Biden.
O deputado Kevin McCarthy, o principal republicano na Câmara dos Deputados, disse ao canal Fox News, seguindo a ordem nuclear do presidente russo, que "nenhum país do mundo deve ficar ao lado de Putin".
Na CNN, o senador Mitt Romney, um ex-candidato presidencial republicano, chamou Putin de "um homem pequeno e malvado de olhos ferozes que está tentando moldar o mundo à imagem onde mais uma vez a Rússia seria um império - e isso não vai acontecer. "
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou neste domingo uma nova ajuda humanitária de US$ 54 milhões para os ucranianos afetados pela invasão, além dos US$ 350 milhões enviados pelos Estados Unidos na semana passada.
"Isso inclui o fornecimento de alimentos, água potável, abrigo, cuidados de saúde de emergência, inverno e proteção", disse Blinken em comunicado.
O senador Chuck Schumer, líder da maioria no Senado, disse que o pedido da Casa Branca de mais US$ 6,4 bilhões em ajuda será aceito pelo Senado nos próximos dias. (com agência Reuters)