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Como as forças armadas da Ucrânia se posicionam contra as da Rússia

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Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 25/02/2022 às 20:44

Alterado em 25/02/2022 às 20:44

O presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy examina armas enquanto participa de exercícios militares táticos realizados pelas forças armadas do país em um campo de treinamento na região de Rivne, Ucrânia Foto: Reuters

Especialistas militares dizem que as forças armadas da Ucrânia são capazes de montar uma resistência significativa e infligir pesadas baixas aos russos. O exército da Ucrânia também está mais bem treinado e equipado do que em 2014, quando a Rússia capturou a península da Crimeia da Ucrânia sem luta, e é amplamente visto como altamente motivado para defender Kiev, o coração do país.

 

Alguns detalhes das forças armadas da Ucrânia

COMO SÃO OS NÚMEROS?

Em termos de mão de obra e armas, a aritmética parece sombria para a Ucrânia.

A maioria das estimativas dos especialistas militares colocam o número de tropas russas perto da fronteira da Rússia com a Ucrânia em mais de 100.000. A Rússia também transferiu algumas tropas para a Bielorrússia, ao norte da Ucrânia, para exercícios militares.

O exército da Rússia tem cerca de 280.000 pessoas e suas forças armadas combinadas totalizam cerca de 900.000, enquanto seus 2.840 tanques de batalha superam os da Ucrânia em mais de três para um, de acordo com o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), com sede em Londres.

O primeiro-ministro da Ucrânia disse que um decreto recentemente assinado pelo presidente Volodymyr Zelenskiy - sobre medidas prioritárias para fortalecer as capacidades de defesa do Estado, aumentar a atratividade do serviço militar e a transição gradual para um exército profissional - acabaria por trazer as forças armadas da Ucrânia para 361.000 soldados.

Embora a Ucrânia tenha triplicado seu orçamento de defesa em termos reais de 2010 a 2020, seus gastos totais com defesa em 2020 totalizaram apenas US$ 4,3 bilhões, ou um décimo do da Rússia.

Analistas militares dizem que as defesas antiaéreas e antimísseis da Ucrânia são fracas, deixando-a altamente vulnerável a ataques russos em sua infraestrutura crítica. Eles dizem que a Rússia também buscaria usar sua superioridade na guerra eletrônica para paralisar o comando e controle de seu adversário e cortar as comunicações com as unidades em campo.

 

COMO SÃO EXPERIENTES AS FORÇAS DA UCRÂNIA?

As forças da Ucrânia ganharam experiência de combate na região de Donbass, no leste do país, onde lutam contra separatistas apoiados pela Rússia desde 2014, e estão altamente motivadas.

Eles também têm defesas aéreas de curto alcance e armamento antitanque, incluindo mísseis Javelin fornecidos pelos EUA, que ajudariam a retardar qualquer avanço russo.

Além do exército regular, a Ucrânia tem unidades de defesa territorial voluntárias e cerca de 900.000 reservistas. A maioria dos homens adultos tem pelo menos treinamento militar básico, então a Rússia pode se encontrar enfrentando uma resistência teimosa e prolongada se tentar capturar e manter território.

O desafio militar seria incomparavelmente maior do que em guerras anteriores que a Rússia lutou desde o colapso da União Soviética, inclusive na separatista Chechênia na década de 1990 e contra a Geórgia em 2008.

 

O QUE O OCIDENTE ESTÁ FAZENDO PARA AJUDAR OS MILITAR DA UCRÂNIA?

Os países ocidentais aumentaram as entregas de armas para a Ucrânia, mas Kiev diz que precisa de mais. Os Estados Unidos descartaram o envio de tropas americanas à Ucrânia para lutar.

Os Estados Unidos forneceram mais de US$ 2,5 bilhões em ajuda militar desde 2014, incluindo mísseis antitanque Javelin, barcos de patrulha costeira, Humvees, rifles de precisão, drones de reconhecimento, sistemas de radar, visão noturna e equipamentos de rádio. Outros suprimentos podem incluir mísseis antiaéreos Stinger, armas pequenas e barcos.

A Turquia vendeu a Kiev vários lotes de drones Bayraktar TB2, que instalou contra separatistas apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia.

A Grã-Bretanha forneceu à Ucrânia cerca de 2.000 mísseis antitanque de curto alcance em janeiro e enviou especialistas britânicos para fornecer treinamento. Também forneceu veículos blindados saxões.

A Estônia disse que estava enviando mísseis antiblindagem Javelin e a Letônia e a Lituânia estão fornecendo mísseis Stinger. A República Tcheca disse que planeja doar munição de artilharia de 152 mm.

A Alemanha descartou a entrega de armas para a Ucrânia, mas está cofinanciando um hospital de campanha de US$ 6 milhões e fornecendo treinamento. (com agência Reuters)

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