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Após 30 anos da queda da URSS, Gorbachev lembra de dias difíceis

Último presidente disse que não se arrepende de não fazer guerra

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 26/12/2021 às 11:51

Alterado em 26/12/2021 às 11:51

Mikhail Gorbachev Foto: Sean Gallup/Getty Images

O último presidente da União Soviética (URSS), Mikhail Gorbachev, deu uma entrevista à agência russa Tass, e falou sobre os momentos após a queda do bloco de países socialistas 30 anos depois.
Segundo o russo, se tivesse sido feita uma "reforma a tempo", a União Soviética poderia ter sobrevivido como uma "união de Estados soberanos, mas era tarde demais".

Gorbachev renunciou em 25 de dezembro de 1991 e, no mesmo dia, a bandeira da URSS foi substituída pelo tricolor da Rússia.

Formalmente, porém, o bloco se dissolveu um dia depois por ordem do Soviete Supremo.
"Foram dias bastante escuros para a União Soviética, para a Rússia e também para mim. Mas, não tinha o direito de agir de maneira diferente. Em primeiro lugar, porque teria que ter deixado de ser eu mesmo.

E depois, uma decisão do tipo militar, teria criado uma guerra civil seríssima e com consequências imprevisíveis. Eu estava certo de que esse era um cenário a se evitar de qualquer maneira", disse à Tass.
"É certo também que o país poderia ter sobrevivido também depois da tentativa de golpe de Estado em agosto de 1991, mas desde o início nós subavaliamos o caso e a profundidade dos problemas nas relações interétnicas e entre o centro e as repúblicas.

Demorou-se muito tempo para entender que a União precisava de uma renovação", destacou.
Ainda conforme Gorbachev, uma "união de Estados soberanos" teria sido a melhor solução para as nações da área.

"Em primeiro lugar, os países teriam virado membros das Nações Unidas, enquanto a União teria mantido o assento no Conselho de Segurança. As forças armadas e as armas nucleares teriam ficado sob um único comando. Estou certo de que teria sido muito melhor do que o que aconteceu após a queda da União Soviética", finalizou à Tass.

Gorbachev chegou ao poder em 1985 e iniciou uma série de reformas econômicas e políticas, que ficaram conhecidas como Perestroika e Glasnot. Muitos apontam, porém, que essas ações do então presidente foram os motivos que provocaram a dissolução da URSS. (com agência Ansa)

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