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Johnson admite 'decepção' com conclusão da COP26 sobre carvão

Por outro lado, premiê britânico falou em resultado 'histórico'

Por JORNAL DO BRASIL
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Publicado em 15/11/2021 às 07:59

Alterado em 15/11/2021 às 07:59

Boris Johnson é alvo de críticas durante manifestação pelo clima em Glasgow Robert Perry/Ansa

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, fez nesse domingo (14) um balanço da COP26, encerrada no último sábado (13), e reconheceu que o documento final da cúpula climática de Glasgow ficou "tingido pela decepção".

Em seu pronunciamento ao lado do presidente da COP26, Alok Sharma, Johnson disse que o resultado da conferência foi "histórico" por manter viva a meta de limitar o aquecimento global neste século a 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais, embora esse objetivo não seja ainda vinculante.

Por outro lado, lamentou o recuo do texto final em relação ao carvão. Os primeiros rascunhos falavam em "eliminação progressiva do uso desenfreado" dessa fonte de energia, uma das principais emissoras de gases do efeito estufa, porém a versão definitiva trocou o termo "eliminação" por "redução".

"Minha alegria com esse progresso está tingida pela decepção", declarou o premiê britânico, insinuando que "nem todos" os países estavam dispostos a se comprometer com um "alto nível de ambição".

Ainda assim, ele salientou que a cúpula de Glasgow "deu a sentença de morte para a energia a carvão". Um dos países que cobraram um texto menos agressivo sobre essa fonte poluente foi a Índia, que defendeu na COP26 o direito de as nações em desenvolvimento continuarem "o uso responsável dos combustíveis fósseis".

Por outro lado, os países pobres queriam mais compromissos dos ricos para a criação de um fundo de compensação por perdas e danos provocados pelo aquecimento global em territórios vulneráveis.

Além disso, a COP26 também não chegou a um acordo sobre a implantação do fundo de US$ 100 bilhões por ano para financiar a luta contra a crise climática nos países em desenvolvimento, instrumento que estava previsto para entrar em vigor em 2020, mas que ainda não saiu do papel.

Para ambientalistas, as ações adotadas até agora pelos países não serão suficientes para limitar o aquecimento global neste século a 1,5ºC.(com agência Ansa)

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