Equipes de busca recuperaram destroços que se acredita serem de um submarino indonésio desaparecido há dias no mar de Bali, disseram autoridades de defesa neste sábado, enquanto as esperanças diminuíam para os 53 tripulantes que deveriam ter ficado sem oxigênio nas primeiras horas.

O chefe do Estado-Maior da Marinha da Indonésia, Yudo Margono, disse que a localização exata do submarino de 44 anos é desconhecida, mas sua presença foi detectada e a busca continuará.

O KRI Nanggala-402 perdeu contato na quarta-feira (21) enquanto se preparava para realizar um exercício de torpedo.

"Ainda estamos realizando a busca ... a profundidade do mar que detectamos é de 850 metros (2.790 pés), o que é muito complicado e apresenta muitas dificuldades", disse ele a repórteres.

"Encontramos destroços flutuando ao redor da última localização do submarino", disse Yudo.

As equipes de resgate enviaram mais de uma dúzia de helicópteros e navios de busca para a área onde o contato foi perdido, com os Estados Unidos, Austrália, Cingapura, Malásia e Índia fornecendo assistência.

De acordo com Yudo, o submarino só tinha ar suficiente para durar até por volta da madrugada de sábado, se tivesse perdido a energia, mas que poderia ser esticado por cinco dias se a embarcação tivesse retido eletricidade.

Mas mesmo essa avaliação sobre o oxigênio foi otimista, de acordo com os especialistas, porque presumia que o submarino não havia sido esmagado pela pressão da água.

"Agora caberá aos investigadores estabelecer a cronologia dos eventos e determinar a causa. Ao mesmo tempo, planos teriam sido feitos para avaliar a viabilidade de recuperar o submarino em tal profundidade extrema", disse Collin Koh, Research Bolsista do Instituto de Defesa e Estudos Estratégicos.

“É tecnicamente possível fazer isso, embora eu acredite que a Indonésia terá que envolver ajuda estrangeira nisso”.

A marinha da Indonésia disse que está investigando se o submarino perdeu potência durante um mergulho e não poderia realizar procedimentos de emergência enquanto descia a uma profundidade de 600-700 metros (1.968-2.296 pés), muito além de seus limites de sobrevivência.

O contra-almirante aposentado da marinha indonésia Frans Wuwung, que anteriormente chefiava a sala de máquinas do submarino, disse ao canal de notícias MetroTV que acreditava que um apagão era provável e poderia ter causado pânico na tripulação.

"Um blecaute significa que o equipamento da embarcação não pode ser movido", disse o almirante, que disse a repórteres que havia experimentado um blecaute no mesmo submarino em 1985.

Uma das pessoas a bordo era o comandante da frota de submarinos da Indonésia, Harry Setiawan.

A Indonésia opera cinco submarinos - dois Type 209s de construção alemã, incluindo o Nanggala, e três navios sul-coreanos mais novos. Tem procurado modernizar suas capacidades de defesa, mas alguns de seus equipamentos são antigos e ocorreram acidentes fatais nos últimos anos.(com agência Reuters)